quinta-feira, 25 de outubro de 2012

20. Um sonho, um presente e uma descoberta


Já fazia cerca de dez dias que tinham retornado à Hogwarts e a cada dia o humor de Harry ficava ainda pior. Gina tinha somente duas semanas para revisar toda matéria do quinto ano, o que a deixava totalmente sem tempo, esgotada e estressada. O que fazia o moreno sentir que seu monstro ia cometer uma loucura a qualquer instante.
Eram inúmeras as vezes que ele se pegava hipnotizado pela expressão concentrada da ruiva enquanto fazia um trabalho particularmente difícil, ou muitas vezes sentia um impulso quase incontrolável de seqüestrá-la para alguma sala vazia, quando ela ficava sugando a ponta da pena enquanto pensava, como agora. Cerrou os punhos dentro das vestes e levantou-se rapidamente dizendo:
_ Vou treinar.
Harry resolvera recomeçar os treinamentos mesmo sozinho (Gui também estava enrolado com as revisões para os NOM’s e Lupin estava impossibilitado por ser época de lua cheia), pois era um jeito de não contar os minutos longe de Gina. Seguindo o exemplo do amigo, Rony resolveu fazer o mesmo.
_ Vou com você.
Sob o olhar atento das namoradas, os dois caminharam até o corredor do sétimo andar onde ficava a sala precisa.
_ Quer conversar? – o ruivo perguntou.
_ Ahm?
_ Eu quero saber se você quer conversar sobre o que está te incomodando.
_ Não tem nada me incomodando.
_ Ah, tá. – Rony deu um sorriso irônico.
.
_ Sério.
_ Ok. Você é naturalmente mal-humorado.
_ Eu não sou mal-humorado.
_ É verdade. Você ESTÁ mal-humorado.
_ Eu não estou mal-humorado, tá bom? – Harry estava visivelmente irritado.
_ É claro que não. E eu também não tenho medo de aranhas.
_ Não enche. – eles andaram mais alguns metros em silêncio até que o ruivo tentou novamente.
_ Tudo isso é só por causa da minha irmã ou tem mais coisa?
_Eu não tenho nada, ok. – o moreno parou de repente segurando Rony pelo braço com raiva. – Agora deixa eu me concentrar para podermos entrar.
_ Ok, ok. – o ruivo falou se soltando e vendo o amigo passar três vezes em frente à tapeçaria de Barnabás o Amalucado, até que a porta aparecesse. – Mas na hora que quiser conversar pode contar comigo.
_ Mesmo se o assunto for a sua irmã? – Harry levantou uma sobrancelha com ironia.
_ Fazer o quê, não é mesmo? Amigo é pra essas coisas. É só me poupar dos detalhes.
_ Eu não me atreveria a contá-los.
_ Acho bom.
Os dois iniciaram a já familiar rotina de exercícios e, com o auxílio da Sala que providenciara alguns bonecos para o treinamento, simularam duelos, aperfeiçoando os feitiços aprendidos. Algumas horas depois, cansados e suados demais para pensarem em qualquer coisa que não fosse suas próprias camas, eles retornaram à Torre da Grifinória, onde encontraram Gina ainda estudando ao lado de Colin e Hermione, como sempre, lendo um de seus livros. Rony subiu rapidamente para trocar-se e voltou para o lado da namorada, mas Harry preferiu apenas tomar um banho e deitar.
Depois de algum tempo que estava deitado, sem realmente conseguir dormir, ouviu passos próximos a sua cama e achou que era Rony, voltando do salão comunal. Fechou os olhos quando notou que abriam as cortinas da sua cama, para fingir que já estava dormindo. Não queria conversar com ninguém, queria só pensar em sua ruiva. Ouviu um murmúrio ao seu lado e sentiu que suas cobertas eram puxadas. Abriu os olhos, assustado. Quem era o louco que resolveu dormir com ele? Será que tinham errado de cama? Nunca havia passado por sua cabeça que um de seus amigos fosse… Mas o que quer que seus companheiros de quarto eram ou deixavam de ser, Harry não chegou a pensar, pois sua mente parou ao ver Gina parada ao lado de sua cama.
_ Gina?
_ Oi. Vim dormir com você. – ela tirou a capa que escondia o uniforme. – Tava com saudades.
_ O-o que você está fazendo?
_ Eu não posso dormir de uniforme, posso?
_ Mas o Rony…
_ Esquece o meu irmão, Harry. Concentre-se em mim.
Como se ele conseguisse fazer outra coisa. Era a realização de um sonho: vê-la fazendo um sensual strip-tease para ele. Engoliu em seco quando ela começou a desabotoar sua blusa bem devagar. Se acomodou melhor, recostando-se, sentindo a temperatura do ambiente subir consideravelmente. Gina tinha um sorriso sedutor nos lábios, e Harry não conseguia mais desviar seus olhos do corpo dela, cada vez mais a mostra. Prendeu a respiração ao ver o corpo da namorada já quase despido. Ela mirou-o com os olhos castanhos brilhando e começou a retirar a saia.
_ Gi…
_ Você não quer? – ela parou de descer o zíper, no meio do caminho, esperando uma resposta.
_ É o que eu mais quero.
_ Então aproveita.
Harry sentia suas entranhas se contorcerem, seu corpo pulsava de desejo, que só aumentou ainda mais quando ela deitou ao seu lado somente com uma insinuante lingerie vermelha. Ofegou quando ela começou a beijá-lo com ardor, ao mesmo tempo que tirava a camisa do pijama e sentava em seu colo, uma perna de cada lado, atingindo em cheio uma parte de seu corpo que ele não mais controlava. Já tinha perdido o controle total de suas mãos que agora passeavam livres pelo corpo da ruiva. Seu monstro particular mandava em suas ações e ele nem percebeu em que momento ficou sobre ela. Percorreu o corpo da garota com beijos ardentes e os únicos sons que escutava eram das próprias respirações ofegantes.
Harry podia ouvir cada gemido da ruiva em seus braços, a medida que as carícias ficavam mais íntimas, e seu corpo parecia prestes a explodir. Sentiu que não ia conseguir mais se segurar quando ouviu-a gritar seu nome:
_ HARRY!
——
_ Harry…
A voz de Rony demonstrava sua preocupação ao ver o amigo num sono tão agitado. Provavelmente era mais um dos pesadelos com Voldemort. Harry murmurou algo incompreensível e gemeu aflito. O ruivo não pensou meia vez antes de sacudi-lo e chamar, agora um pouco mais alto:
_ HARRY!
Harry abriu os olhos ao ouvir a voz de Rony invadir a sua mente, e seu corpo sacudir num tremor rápido. Não era possível! Piscou várias vezes até perceber que estivera apenas sonhando. O tempo todo era só um sonho, não tinha ruiva em seus braços, corpos suados e roupas pelo chão. Fechou os olhos e soltou um longo suspiro, antes de pegar seus óculos e olhar para o amigo a sua frente com as feições bastante sérias.
_ O que é, Rony?
_ Bem, você estava agitado e eu pensei que poderia ser novamente um daqueles seus pesadelos. – Harry sentou-se na cama, mas puxou o travesseiro para seu colo ao notar que seu corpo ainda acreditava estar no sonho. – Mas pelo visto não era nenhum pesadelo, não é?
_ Ahm? – seu cérebro ainda estava embotado e jurava que podia sentir o perfume de Gina se se concentrasse.
_ O cara-de-cobra não ia deixar você neste estado, ia? – Rony perguntou num misto de ironia e irritação.
_ Rony, pela nossa amizade. Não me faça perguntas.
_ Não vou fazer.
_ Obrigado.
_ Vou… esperar por você lá embaixo.
_ Ok.
O ruivo levantou-se e saiu do dormitório. Harry soltou o ar que retia nos pulmões. Ele precisava de um banho, e de preferência gelado. Já tivera outros sonhos com Gina, mas em nenhum tinham ido tão longe. Não ao ponto de seu corpo achar que realmente tinha acontecido, obrigando-o a fazer um feitiço de limpeza antes de se levantar.
—–
Quando Harry desceu as escadas, algum tempo depois, encontrou Gina esperando-o no salão comunal, junto com Rony e Hermione. Cumprimentou os amigos e deu-lhe um beijo de bom dia, sentindo seu corpo reagir prontamente, e as lembranças do sonho voltarem como um raio.
_ Vamos logo tomar o café. – Rony falou ríspido.
_ Certo. – respondeu o moreno, constrangido.
No caminho para o Salão Principal, a ruiva diminuiu os passos para que seu irmão e Hermione ficassem um pouco à frente e perguntou baixinho para que só Harry pudesse escutar.
_ O que houve com o meu irmão? Ele tá tão estranho.
_ Nada. – Harry sentiu o rosto queimar.
_ O que aconteceu? – ela parou, segurando-o. Ela sempre sabia quando ele tentava esconder-lhe algo.
_ Ele, bem… – de repente seus sapatos pareceram bastante interessantes. – … me flagrou numa situação… embaraçosa.
_ Que situação? – ela levantou a sobrancelha, curiosa.
_ Eu sonhei com você… E não consegui… bem… me controlar.
_ Não conseguiu controlar?
_ É Gina! No sonho… eu, quer dizer nós… Ah! Você sabe…
_ Oh! Nós fizemos? – agora os olhos castanhos o invadiam, brilhantes.
_ Hum, hum. – ele não conseguia mais olhá-la diretamente. As imagens dos corpos unidos ainda bastante recentes em sua mente.
_ E foi bom?
_ Gina! – parecia que ela queria deixá-lo ainda mais desesperado.
_ Ué, eu quero saber o que você achou. – ela disse marota.
_ Pela cara do seu irmão, que me acordou, você pode ter uma idéia.
_ E como foi?
_ Gina, não me provoca… Senão eu mostro exatamente o que nós fizemos.
_ E o que nós fizemos?
_ Ei, vocês não vêm? – Rony gritou no final do corredor, aparentemente ainda mais irritado pela demora dos dois.
_ Depois que os NOM’s terminarem, eu te mostro. – Harry sussurrou em sua orelha fazendo-a arrepiar.
_ Não vejo a hora!
Harry teve que aturar o mal humor do cunhado pelo resto do dia, mas nem mesmo isso fez com que se esquecesse de toda paz que ele sentiu quando estava nos braços da ruiva, mesmo tendo sido só um sonho. E se fosse o poder desse amor, a arma para derrotar as trevas, Tom Riddle estava completamente ferrado.
———
Rony andava apressado pelos corredores de Hogwarts, escondido sob a capa de invisibilidade que ele pedira emprestado ao Harry na noite anterior. Murmurou a senha para o retrato da Mulher Gorda, que mesmo cochilando, abriu para lhe dar passagem. Ainda antes de entrar no salão comunal, descobriu-se e jogou a capa sobre a cesta que trazia nas mãos. Dobby tinha sido realmente generoso, só esperava que Hermione fosse gostar da surpresa.
O salão comunal ainda estava vazio. O que era absolutamente normal para um domingo de manhã. Sentou-se numa poltrona e aguardou que a namorada acordasse. Sabia que ela não era de dormir até tarde fosse qual dia fosse, mas tinha a suspeita de que hoje ela iria levantar ainda mais cedo. Com ele era a mesma coisa: ficava tão ansioso no dia de seu aniversário que sempre acordava mais cedo. Segurou com força a alça da cesta, ainda invisível, quando ouviu passos na escada e não se decepcionou ao ver os cabelos castanhos de Hermione emoldurando o rosto que tanto amava. Aproximou-se e pegando sua mão com a que estava livre, disse:
_ Bom dia! Feliz aniversário! – deu um beijo suave nos lábios da garota.
_ Ah, Rony. Obrigada. – olhou-o com os olhos brilhantes. – Você acordou cedo.
_ É que… bem… – as orelhas dele começaram a ganhar um tom avermelhado. – Eu preparei meio que uma surpresa para você.
_ É? – o sorriso dela agora era capaz de iluminar o mundo.
_ É. Mas você tem que vir comigo.
_ Para onde?
_ Francamente, Hermione. Se eu te disser deixa de ser surpresa, não é? – ele riu e beijou-a.
Ela se deixou levar pelos corredores ainda vazios, até que se aproximaram de um corredor bastante conhecido. Observou enquanto o via passar concentrado três vezes pelo corredor do sétimo andar, onde apareceu a porta da Sala Precisa.
Quando a porta mágica apareceu à sua frente, Rony deixou escapar um suspiro. Conseguira. Das outras vezes que estivera ali, e não foram poucas, tinha sido Harry quem fizera a sala aparecer. Mesmo com receio do que a sala tinha entendido de “um lugar especial para ficar com Hermione”, aproximou-se da namorada. Colocou a alça da cesta no braço e apenas com um movimento pegou Hermione no colo, fazendo com que ela exclamasse surpresa. Abriu a porta com cuidado e entrou no que parecia ser um jardim de inverno. Em um canto flores diversas eram vistas sobre um gramado perfeitamente aparado, ao centro um grande tablado levemente acolchoado, com inúmeras almofadas e no outro canto uma pequena estante com alguns livros e rolos novos de pergaminho. Rony não conseguiu reprimir uma risada ao ver o local, o que fez a garota olhar intrigada.
_ Do que está rindo, afinal?
_ Até a sala precisa sabe que um lugar, para ser especial para você, tem que ter livros.
_ Ah, Rony. Eu adorei a surpresa.
_ E quem disse que essa era a surpresa?
_ E não era?
_ Claro que não. Eu só queria lhe entregar o meu presente de um jeito especial.
_ Presente?!
_ É. Mas primeiro… – descobriu a cesta repleta de guloseimas e colocou-a sobre o tablado. – Deixa eu colocar nosso café da manhã aqui.
_ Mas…
_ Bom, foi uma pequena contribuição do Dobby…
_ Rony!
_ Ah, Mione! Eu queria fazer uma surpresa e ele me ajudou. E eu até agradeci.
_ Pelo menos isso.
_ Vem. – puxou-a gentilmente e abraçou-a. – Vamos tomar nosso café e depois…
_ Depois?
_ Depois eu entrego meu presente. – deu um beijo apaixonado e viu quando ela se manteve de olhos fechados, visivelmente emocionada.
_ O que foi? – percebeu quando ela corou.
_ Amortencia. – disse simplesmente.
_ Ahm?
_ Eu estou sentindo a fragrância exata que percebo na Amortencia: grama recém-aparada, pergaminho novo e… você. – ele levantou a sobrancelha.
_ Foi por isso que você não terminou de falar na aula do Slughorn!
_ É… Eu me contive no exato momento. – ela riu.
_ Eu te amo, sabia?
_ Eu também.
_ Vem, vamos comer.
_ Você só pensa em comida?
_ Não, você sabe bem que não. – ela olhou-o com paixão. – Mas é que eu coloquei seu presente na cesta para não esquecer. – ele ficou com o rosto corado.
Hermione andou até a cesta, se ajoelhando de frente para ela. Rony se aproximou e sentou-se, recostando-se de lado para poder observá-la. No meio de frutas, bolos e sucos, um pequeno estojo de veludo vermelho se fazia ver. Com as mãos trêmulas, ela olhou nos olhos azuis, antes de pegar a caixa e abri-la, levando em seguida uma das mãos aos lábios, em sinal de surpresa. Retirou a delicada pulseira de ouro, finamente trabalhada com delicadas pedras vermelhas e reparou no pingente em forma de coração junto ao fecho. Com lágrimas se formando cada vez mais rápido nos olhos, a morena pode ver gravado nos dois lados do pingente “R&H” e “Para Sempre”. Levantou novamente a vista para olhar o ruivo e balbuciou, enquanto uma lágrima escorria caprichosamente por sua face.
_ É lindo, o-obrigada.
_ Feliz aniversário, meu amor. – ele se aproximou e pegando a jóia, colocou-a no braço delicado.
_ Eu… eu… não… eu…
_ Shshshs. – tocou com o polegar nos lábios dela, impedindo-a de prosseguir. – Não diz nada.
_ Oh, Rony! Eu te amo!
Ele a trouxe ainda mais para perto e beijou-a, transmitindo todo amor que sentia por ela e sendo prontamente correspondido. Ficaram ali, apaixonados, esquecidos de tudo, inclusive do café da manhã, que só veio a ser desfrutado por ambos, muito tempo depois.
——-
Quando Harry se levantou naquele domingo e não viu Rony dormindo na cama ao lado, a princípio se assustou, mas logo sorriu ao lembrar que era aniversário de Hermione e o amigo tinha pedido a capa de invisibilidade na noite anterior para fazer-lhe uma surpresa. Trocou-se rapidamente e desceu para o salão comunal, para encontrar-se com Gina. Chegou perto da garota que estava sentada, absorta lendo suas anotações. Como ela aparentemente não tinha percebido sua presença, abaixou-se para sussurrar um “bom dia” em seu ouvido, mas antes que se pronunciasse ela virou o rosto, que ficou perigosamente encostado ao seu e disse:
_ Querendo me assustar, senhor Potter?
_ Não. Só não queria atrapalhar seus estudos, senhorita Weasley.
_ Bom dia. – ela falou antes de dar um selinho no namorado que retribuiu o beijo e o cumprimento.
_ Já tomou café?
_ Estava esperando você.
_ Então vamos. – caminharam para fora da Torre da Grifinória de mãos dadas.
_ E Rony e Mione? – perguntou Gina.
_ Seu irmão esteve planejando uma surpresa para ela e quando acordei, ele já tinha saído.
_ Então hoje somos só nós dois?
_ Pelo menos por enquanto.
_ Então nós vamos aproveitar e dar um passeio lá fora, depois do café.
_ E as suas revisões?
_ Como as provas começam amanhã, resolvi tirar uma folga pelo menos na parte da manhã.
_ Eu achei essa idéia excelente!
Depois do café, o casal foi para fora do castelo, aproveitar o sol do fim de verão. Caminharam em silêncio, sentaram-se sob a faia e Gina deitou a cabeça no colo do namorado que ao mesmo tempo em que olhava os reflexos do sol no lago, acariciava os cabelos cor de fogo, com uma expressão curiosa em seu rosto, que a garota logo quis saber o motivo.
_ Por que você está com essa cara?
_ Nada… bobagem.
_ Ah, agora fala. O que é? – ela tocou no rosto dele, fazendo com que a olhasse nos olhos.
_ Você nem parece que vai começar os NOM’s amanhã. Eu lembro que fiquei estressado, tudo bem que qualquer um ficaria estressado com a Hermione atrás, o tempo todo querendo saber se você leu, por que não leu, essas coisas…
_ Eu não posso dizer que não estou nervosa, claro que não estou tanto quanto o Colin, mas depois desse momento de descontração eu vou rever algumas anotações. Agora o Colin, vai ter um colapso antes do final da semana, você vai ver.
_ Posso perguntar uma coisa?
_ Já perguntou, mas eu deixo você perguntar novamente.
_ Você está muito engraçadinha… – ele ficou sério.
_ Tá, parei. Pode perguntar.
_ O Colin… ele…bem… ele já… ele está… bem… ele gosta…
_ Se ele gosta de mim, é isso?
_ É. Gosta?
_ Por quê? Está com ciúmes?
_ Do Colin? Não! Quer dizer… um pouco, mas é que ele tem me tratado de um jeito tão diferente…
_ Fica tranqüilo. Acho que ele gosta de uma quintanista da Lufa. Ele está é estressado mesmo.
_ Certo. Melhor assim.
_ Você fica tão bonitinho com ciúmes.
_ É?
_ É. Seus olhos ficam mais escuros e aparece uma ruguinha entre eles. Sabe, acho que vou deixar você com ciúmes mais vezes, só pra te ver assim.
_ Nem brinca, senhorita Ginevra Molly Weasley.
Ele puxou-a para um beijo ardente do qual só saíram muito tempo depois, dando lugar para mais uma conversa amena intercalada com momentos enamorados.
—-
A noite já estava no meio quando Rony e Hermione voltaram para o salão comunal, encontrando Harry lendo um livro enquanto Gina mais uma vez estudava para as provas dos NOM’s que finalmente iriam começar na manhã seguinte.
_ Boa noite. – o casal falou quando se aproximou.
_ Olá! Pensei que não iriam voltar nunca mais. – Harry falou calmamente.
_ É que, bem… a gente meio que perdeu a noção do tempo…
_ Eu nem tive oportunidade de desejar um feliz aniversário para a minha cunhada preferida. – Gina se levantou e abraçou a morena.
_ Ah, obrigada, Gi.
_ É mesmo. Feliz aniversário, Mione. – Harry havia se levantado e agora dava um beijo estalado na bochecha da amiga.
_ Obrigada, Harry.
_ Espera aqui que eu vou lá em cima pegar o seu presente.
_ Eu vou também, aí então você aproveita e guarda a capa. – Rony falou sorrindo.
Depois que os dois rapazes subiram para o dormitório masculino, Hermione deitou no sofá, soltando um grande suspiro e ficou olhando o presente que ganhara de Rony.
_ Nossa, Mione. Que lindo! Quem te deu? – Gina perguntou ao observar a pulseira nova da amiga.
_ O Rony.
_ O quê? Meu irmão te deu isso? – ela se aproximou para ver melhor. – Uau!
_ É mesmo, Hermione. Quem te deu essa jóia, o Krum? – a voz de Lilá chegou aos seus ouvidos junto com a figura da garota que se aproximava.
_ O Rony, não é óbvio? – a morena levantou uma sobrancelha.
_ Tem certeza?
_ Ahm? – Hermione olhava incrédula.
_ É que essa jóia é cara e ele, bem, desculpe Gina, mas ele não tem dinheiro.
_ Para você ver, Lilá. O que um homem apaixonado não faz, não é mesmo? – Gina falou irritada.
_ Mas…
_ Sabe Lavander. Essa pulseira não é nada, comparado ao “eu te amo” que ele sussurrou em meu ouvido, quando acordou nos meus braços agora à pouco.
_ Oh!. – Lilá murmurou chocada.
_ Demorei, amor? – Rony se aproximou, com a expressão séria ao ver a pequena discussão entre as grifinórias.
_ Não, Ron. – Hermione puxou-o para um beijo apaixonado, que após as palavras dela, fizeram com que os amigos se surpreendesse ainda mais com o jeito da morena e Lilá subisse rapidamente para o dormitório sendo consolada por Parvati.
——
Aquela semana, sem dúvida nenhuma, estava sendo a melhor desde que retornaram à Hogwarts. Pelo menos na opinião de Harry (Lilá ainda vivia chorando pelos cantos desde domingo). Os NOM’s de Gina finalmente tinham começado e como todas as provas teriam que ser feitas em apenas uma semana, não em duas como normalmente acontecia, isso significava que naquela noite de quarta feira, mais da metade delas já tinha sido aplicada, o que fazia com que a ruiva estivesse mais relaxada, principalmente porque as provas do dia seguinte eram de História da Magia e Astronomia. Esses fatores culminaram no fato de que naquele instante, com o salão comunal vazio, Gina estava sentada em seu colo “estudando línguas”.
Pensava seriamente em seguir os conselhos de Sirius e levá-la para a Sala Precisa, ainda mais depois do sonho que tivera, talvez depois dos exames. Seus pensamentos foram dizimados quando a ouviu ofegar perto do seu ouvido e só então se deu conta de que uma de suas mãos estava por baixo da camiseta dela e tocava a lateral do seu sutiã. Olhou-a diretamente nos olhos castanhos, naquele momento intensamente brilhantes e beijou-a profundamente, enquanto sua outra mão acariciava a perna dela, arrancando gemidos agora dos dois, já que a garota retribuia as carícias arranhando sua nuca.
_ Harry! Рa voz de Hermione transmitia urg̻ncia quando foi percebida pelo seu c̩rebro.
_ O que voc̻s pensam que esṭo fazendo? РRony sibilava, furioso.
_ Rony! Hermione! – o casal disse ao mesmo tempo.
_ Rony, agora não. Temos coisas mais importantes… – a morena tentava fazer com que o namorado lembrasse do motivo de terem ido procurar Harry.
_ Ei! Ele estava com a ṃo dentro da blusa dela, isso ṇo ̩ importante? РRony estava mais uma vez atacando de irṃo mais velho.
_ Francamente, Rony. Se ele NÃO tivesse com as mãos dentro da roupa dela, aí sim eu iria me preocupar.
_ Valeu, Hermione. РHarry falou ir̫nico. Tinha s̩rias d̼vidas sobre o quanto as palavras da amiga iriam ajudar.
_ Mas, mas… – o ruivo recomeçou, porém a namorada o olhou severamente e virando-se para Harry recomeçou.
_ Harry, nós vimos alguns integrantes da Ordem e eles pareciam que estavam indo para uma reunião com a McGonagall.
_ Como vocês descobriram isso?
_ Nós estávamos, ahm… fazendo a ronda lá no quinto andar, quando eles passaram por nós conversando sobre a reunião. – Hermione respondeu.
_ Eles não podiam nos ver. Nós… estávamos na passagem atrás daquele quadro da bruxa vesga… – Rony completou.
_ Ah! Entendi… Ronda… – Gina disse com um sorriso.
_ É sério, Gina. Eles falavam sobre não terem encontrado nada na Travessa do Tranco. – a morena falou, dando fim às implicâncias.
_ Acho que eles foram procurar a horcrux. Рo ruivo estava bastante s̩rio ao concluir.
_ O quê? Desculpa, Gi. – Harry levantou-se tão rápido ao ouvir as palavras do amigo, que quase deixou a namorada, que ainda estava em seu colo, cair no chão. – Eles foram atrás da horcrux e não me falaram nada? Ah, isso não vai ficar assim.
_ O que voc̻ vai fazer, Harry? Рperguntou a amiga.
_ Eu vou até lá e é agora.
_ Nós também vamos. – Rony não deixava margem para discussão.
_ É. Eu também.
_ Você não, Gina. Você tem prova amanhã cedo e essa reunião pode ser demorada. Depois a gente conta tudo pra você.
_ Voc̻ sabe que eu detesto isso, ṇo sabe? Рa ruiva estava irritada, mas sabia que o namorado estava apenas sendo sensato.
_ Sei. Mas é só uma reunião. Você não vai ser deixada de lado. Eu prometo que na primeira oportunidade conto tudo que aconteceu lá. – deu um beijo na testa dela e depois um selinho. – Não me espere.
_ Tá bom. Mas não vá se acostumando, viu?
Harry riu e saiu a passos largos rumo à sala da diretoria com os amigos no seu encalço. Chegou em frente às gárgulas no mesmo momento que Hagrid dizia a senha e esta dava passagem ao meio gigante.
_ O que vocês estão fazendo aqui? Não deviam estar nos dormitórios?
_ A gente soube da reunịo. РHarry decidiu ser direto.
_ Vocês souberam? Quem… quero dizer… como… Que reunião, meninos? Acho que vocês entenderam errado…
_ Não adianta, Hagrid. Eu tenho direito de saber o que está acontecendo.
O “menino-que-sobreviveu” subiu as escadas em espiral, sendo logo seguido pelos demais. Abriu a porta da antiga sala de Dumbledore, dando de cara com vários integrantes da Ordem.
_ Senhor Potter, o que faz aqui? – Minerva McGonagall estava entre surpresa e exasperada.
_ Eu achei que não seria mais tratado como criança!
_ Harry, não tinha necessidade… – Arthur Weasley tentou acalmá-lo, mas foi ignorado e interrompido pelo rapaz.
_ Eu pensei que de todas as pessoas, voc̻s seriam os ̼nicos que nunca iriam me tratar desse jeito. РHarry se dirigia diretamente para Sirius e Remus que estavam num canto da sala.
_ Você iria ser informado do conteúdo da reunião, Potter. Mas já que estão aqui, fiquem de uma vez. – Moody falou, rude como sempre.
Harry sentou em uma das cadeiras conjuradas por Lupin, com Rony e Hermione ao seu lado e escutou atento ao relato de Schackelbolt sobre a operação feita na Travessa do Tranco naquele dia. Com base nas informações obtidas no diário de Régulus, eles reviraram o local para ver se descobriam o paradeiro da Horcrux, que ele dizia possivelmente estar na Borgin & Bungles, mas ela não foi encontrada, apesar de estarem presentes, além dos aurores, vários integrantes da Ordem da Fênix, incluindo Olho-Tonto Moody.
_ E foi isso. Fechamos diversas lojas, apreendemos muito material das Trevas e capturamos dois comensais, mas nada de realmente significativo.
_ Quem foi capturado? – Rony perguntou, curioso.
_ Ninguém importante. Aparentemente dois jovens recém-integrados ás fileiras de Você-Sabe-Quem.
_ Então voltamos à estaca zero. Porque Filius também procurou minuciosamente por todo o castelo… – Minerva fez aparecer um grande mapa que mostrava todas as dependências de Hogwarts, enquanto falava. – … e nada foi achado.
De repente, ao ver o mapa à sua frente, uma luz se fez na mente de Harry. Ele se levantou e se aproximou da imagem, observando atentamente.
_ Vocês verificaram todas “essas” dependências?
_ Detalhadamente, Potter. – Moddy respondeu prontamente.
_ Professor Flitwich, o senhor usou “esse” mapa como referência? Só esse?
_ É claro, Potter. O que mais poderia ser? Esse é o mapa mais completo da escola. – o rapaz levantou os olhos do mapa e encarou Lupin, que imediatamente se pôs ao lado dele, num entendimento imediato.
_ Será que isso é possível? – Harry perguntou ao ex-maroto.
_ Talvez. Pedro pode ter contado a ele.
_ Vocês poderiam explicar o que está havendo?
_ Esse não é o mapa mais completo de Hogwarts. – Sirius já tinha compreendido a situação e se pôs ao lado do afilhado.
_ Como assim? – Gui perguntou.
_ Ele não mostra as passagens secretas.
_ Que passagens? – a nova diretora perguntou.
_ As diversas que existem. Muitas levam até Hogsmead. E Pedro Pettigrew sabia onde estavam.
_ Como você pode ter certeza, Remus?
_ Nós criamos um mapa que as mostra, quando estávamos em Hogwarts. – explicou Sirius. – Eu, Lupin, James e Pedro.
_ E onde esse mapa está?
_ Comigo. Dumbledore me mandou sempre andar com ele e eu continuo fazendo como ele pediu. – Harry desdobrou a velha folha de pergaminho e entregou-a a Sirius que murmurou.
_ Juro solenemente não fazer nada de bom. – no mesmo instante o mapa do maroto foi se tornando visível aos olhos de todos.
_ Incrível! – ignorando as exclamações surpresas de todos, Harry começou a explicar para Moody e os outros que se aproximaram.
_ Essas duas passagens continuam intactas… – apontou para a passagem do salgueiro lutador e da bruxa de um olho só. – … os gêmeos me disseram que tem essas quatro o Filch conhece e essa aqui… – apontou para uma passagem no quarto andar que ficava atrás do espelho. – foi completamente bloqueada no meu segundo ano.
_ Espera ai. O seu segundo ano, não foi quando Você-Sabe-Quem conseguiu… – Tonks começou a perguntar, mas foi interrompida por Hermione.
_ Abrir a Câmara Secreta. É isso mesmo.
_ E se ele conseguiu guardar a horcrux nesse meio tempo? – Rony se manifestou.
_ Existe essa possibilidade.
_ Mas ele ṇo era uma lembran̤a? Рperguntou o professor de feiti̤os.
_ Gina. – Harry murmurou tristemente.
_ O que tem a minha filha? – o senhor Weasley perguntou apreensivo.
_ Ele controlava a mente de Gina. Se estiver lá e tiver sido colocada naquele ano, provavelmente foi quando ela estava possuída por ele. – Lupin explicou.
_ Isso é gravíssimo! Nós devemos verificar essa possibilidade o mais rápido possível – a diretora estava visivelmente nervosa.
_ Eu vou, Minerva. Conhe̤o bem essa passagem. РRemus se prontificou.
_ Eu tamb̩m. РSirius completou.
_ Certo, certo. Voc̻s dois ṿo junto comigo, assim que Minerva autorizar. РModdy concluiu.
_ Eu tamb̩m quero ir. РHarry se prontificou.
_ Negativo, Harry. Voc̻ fica. РSirius foi incisivo.
_ Posso saber o por quê?
_ Porque você é importante demais para se arriscar, senhor Potter. Mas assim que tivermos alguma notícia será avisado imediatamente.
_ Eu só espero não ser deixado de lado novamente.
_ Pode deixar, não cometeremos o mesmo erro uma segunda vez.
_ Ok.
_ Então. Boa noite a todos, vocês estão dispensados
Moody acabou a reunião e um a um os participantes foram saindo. Harry Rony e Hermione ainda trocaram algumas palavras com Sirius, Lupin e Arthur, onde os ex-marotos lhe devolveram prontamente o mapa do maroto e depois retornaram à Torre da Grifinória, num acordo mútuo de que só iriam contar toda verdade para Gina sobre as últimas descobertas, quando as provas já tivessem terminado.

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