quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Perfeitos


  
 
 

O Romance de Harry e Gina

Gina desde criança sentia uma atração por Harry, tanto que quando este chegava n’A Toca, ela se 
escondia e quando Harry a via ficava tímida, ao passar dos anos, ela foi se desapegando, se acostumando com a presença dele, mas o sentimento dela não morreu. Harry começou a sentir o mesmo por Gina só em ‘Harry Potter e o Enigma do Príncipe’, percebemos o inicio do romance quando Harry ao chegar à primeira aula de Horácio Slughorn sente um aroma floral da poção do amor mais poderosa do mundo: Amortentia. O aroma que ele sente da poção é o mesmo que sente quando esta perto de Gina. Também é bem claro o ciúmes que ele sente de Dino Thomas, com vários impulsos selvagens de azará-lo. Então mais ou menos no fim do livro eles se beijam pela primeira vez, no salão comunal da Grifinória mesmo enquanto todos os olhavam, pois havia a comemoração do time de quadribol da casa por ter ganhado a Taça De Quadribol de Hogwarts. No sétimo livro 'Harry Potter e as Relíquias da Morte' no epílogo Harry  teria se casado com Gina e eles tiveram 3 filhos: Tiago Sirius, Alvo Severo e Lílian Luna. Há quem diga muitas pessoas que Harry deveria ficar com Hermione, e não com Gina. Mas se isso acontecesse quem ficaria com Rony? Uma personagem nova qualquer? Não faria sentido. Também porque quem vai contrariar a J.K. Rowling?


eu sinceramente prefiro a gina, pois eles combinam mais e ñ faria sentido o harry e a hermione pq a história estaria mt repetitiva tipo: o cara la se apaixona pela melhor amiga e ela se apaixona por ele dai eles se casam e tem filhos,pronto fim. a qual é cade a criatividade nisso?? prefiro mil vezes harry e gina. até pq rony e hermione é um bleo casal.

Fanart especial Harry Potter




































































Depois do Funeral (Completa)



Autora: Priscila Louredo
Shippers: H/G e R/H
Classificação: Livre
Resumo: Depois do funeral de Dumbledore muita coisa muda. Decisões antes adiadas agora deverão ser tomadas. Ninguém é o mesmo, mas alguns sentimentos não irão mudar nunca, só se fortalecer.
Com direito a capítulo bônus da Ara Potter com MM de Rony e Hermione na casa dos Potter (cap.16).

1. Depois do Funeral



E agora? O que faço agora? Hermione sabia que, mais dia, menos dia, ia junto com Rony, enfrentar Voldemort e seus seguidores ao lado de Harry. Mas era uma certeza tão distante que agora, que a hora havia chegado, ela estava com medo. Também quem não estava com medo? Dumbledore estava morto! Se eles conseguiram matar Dumbledore, o que não fariam com ela?
_ Mione? – Rony chamou baixinho, junto ao ouvido da amiga, que estava chorando em seu ombro. – Vai ficar tudo bem. Fique calma. Eu estou com você.
Hermione aos poucos foi se acalmando novamente ao ouvir a voz suave de Rony. Uma voz que conseguia lhe transmitir segurança e paz, mesmo no meio daqueles momentos desesperadores. Ela estivera tão calma ao falar com Harry e depois pareceu que o mundo desabara sobre sua cabeça.
_ Rony você acha que nós vamos conseguir ajudar o Harry realmente? Eu estou com medo. Não sei se vou conseguir ser tão corajosa quanto você ou ele.
Rony aconchegou-a mais em seus braços e depois de beijar-lhe a testa disse baixinho: – Nós vamos tentar ajudá-lo, e quanto à coragem, bem…acho que todos nós precisaremos ter ao menos um pouco agora.
Hermione suspirou, tentando apreender melhor as palavras sussurradas pelo amigo. Tinha medo de perdê-lo. Ela compreendia claramente seus sentimentos agora. Talvez pela incerteza do amanhã, seu amor por Rony ficara escancarado em sua mente e em seu coração. Ela o amava, não só como amigo, mas principalmente como homem. Desde a noite em que Hogwarts fora atacada que não tentava mais esconder seus sentimentos e achava que não tinha mais capacidade de fazê-lo pois sabia que poderia não ter tempo depois para mostrá-los.
_ Eu não sei o que vou fazer quando voltar a Londres. Tenho medo de ficar sozinha, meus pais estão viajando a trabalho e me avisaram que só irão retornar daqui a dez dias. Não sei o que faço agora.
_ Calma, eu já não falei que estou com você? Nós vamos dar um jeito nisso. Vou falar com meus pais para você ficar lá em casa, eles não devem se importar. Eu não vou deixar você sozinha, Mione. Nunca! – falava olhando diretamente nos olhos castanhos da garota em seus braços. Ele também não tentava mais esconder seus sentimentos.
_ Rony. – a voz de Gina estava trêmula, como se ela fizesse um grande esforço para não chorar. – Vamos, o papai está nos chamando.
_ Pode ir. Eu vou terminar de arrumar minhas coisas. – disse Hermione se afastando dos dois irmãos e caminhando em direção ao salão comunal. Não que realmente precisasse arrumar alguma coisa. Não. Já estava tudo arrumado. Mas ela queria dar uma última olhada em tudo antes de partir. Se o plano de Harry se concretizasse eles não voltariam em setembro. Talvez nunca visse aqueles quadros, aquelas salas, os fantasmas, sua poltrona preferida perto da lareira…
~~~~~~~
Ele tinha que encontrar Harry e Mione, mas onde estavam? Rony procurava pelos amigos para poder dar os recados de seu pai, mas não estava encontrando o amigo lá fora. Hermione provavelmente estava ainda no dormitório. Entrou no castelo e por fim encontrou-o no salão principal olhando para os rubis da Grifinória que estavam de volta à ampulheta já consertada.
_ Harry, eu estava procurando por você. Tenho um aviso de meu pai.
_ Pode dizer.
_ Meu pai irá buscá-lo para o casamento do Gui, mas depois você terá que retornar para a casa dos seus tios, por causa dos feitiços de proteção. Para que você não corra nenhum risco, a Ordem irá buscá-lo, um dia antes do seu aniversário e então nós poderemos partir…
_ Tudo bem, eu vou estar esperando. – Harry deu de ombros assentindo. Não estava querendo se preocupar com detalhes, não agora. Sua cabeça estava ocupada com outras dúvidas no momento. – Rony eu preciso pedir sua ajuda em outra coisa também.
_ O que é? Você sabe que pode contar comigo. – pela cara do amigo, estava esperando ter de enfrentar dez comensais sozinho.
_ Cuida da Gina…pra mim…ela vai precisar.
_ Que é isso cara, você só estará longe por algumas semanas até o casamento do Gui. Ela não vai sofrer tanto assim, vai é fazer Pichí ficar voando pra lá e pra cá, escrevendo pra você. – disse com um sorriso aliviado.
_ Não, ela não vai. Eu terminei com ela, agora a pouco, antes de falar com você e Hermione.
_ VOCÊ FEZ O QUÊ ?!?
_ Ela meio que entendeu, eu não sei. Eu só não quero que ela sofra, e nem que corra perigo ficando comigo. Por isso queria que você desse uma força pra ela. – os olhos verdes involuntariamente se encheram de lágrimas.
_ Entendi. Só uma pergunta. E quem dá uma força pra você? – o ruivo via claramente o sofrimento de Harry ao pronunciar aquelas palavras – Olha, eu não sei se a decisão que você tomou está certa ou não. Mas eu vou tentar ajudar no que puder, tudo bem, apesar de não concordar e de não querer ver minha irmã e meu melhor amigo sofrendo.
_ Obrigado, eu vou pegar meu malão agora, já deve estar na hora de ir para a estação.
_ Eu também vou subir para pegar minhas coisas. Eu ainda tenho que falar com a Mione. Sabe ela vai lá pra Toca, ficar comigo…quer dizer, com a gente, eu e a Gina, e… todos. – as orelhas do ruivo ficavam cada vez mais vermelhas à medida que ia falando.
_ Isso é bom. Pelo menos ela fará companhia pra Gina.
Sem falar mais nenhuma palavra os dois chegaram à torre da Grifinória e pegaram suas coisas para partirem de Hogwarts.
~~~~~~~
_ Nunca vi uma coisa igual! – Rony estava impressionado com a situação daquela viagem. Assim que entraram no trem que os levariam até a estação de King’s Cross, não encontraram nenhum traço da confusão habitual, e sim alunos desanimados e cabisbaixos já acomodados em suas cabines, e corredores vazios. Era realmente diferente.
_ Harry. Eu e Rony vamos para a cabine dos monitores e depois encontramos você, certo? – Hermione falou para um Harry tão calado e cabisbaixo como qualquer outro aluno daquele trem.
O moreno apenas assentiu e depois de percorrer dois vagões de corredores silenciosos e cabines lotadas, encontrou uma vazia, se acomodou e ficou olhando pela janela, tentando organizar sua mente e sua vida. Após alguns minutos a porta da cabine abriu para que Luna entrasse seguida de Neville e uma Gina bem séria.
_ Oi Harry! Nós estávamos mesmo procurando por você, mas a Gina não quis dizer onde você estava, pode?! – disse a loira assim que entrou, sentando em frente ao rapaz.
_ Se você quiser eu vou pra outra cabine. – Gina disse na voz mais segura que conseguiu.
_ Não. Tudo bem. Não precisa sair. Fica. – era um pedido. Harry falou aquilo olhando o chão, praticamente num sussurro. Ela podia até não acreditar, mas ele estava sofrendo muito em ter que deixá-la.
Ela ainda ponderou um pouco, mas não resistiu e acabou sentando ao lado de Luna. Se alguém naquela cabine tinha dúvidas quanto ao que estava acontecendo, essas pareceram ter sido eliminadas, pois até a avoada Luna ficou quieta, constrangida por seu comentário inicial.
Rony e Hermione estavam procurando a cabine de seus amigos, depois da reunião de monitores, conversando sobre o fim do namoro de Harry e Gina.
_ Eu estou com pena dela, Rony. Ela o ama tanto e há tanto tempo…, agora que eles estavam felizes, juntos, ele do nada termina tudo.
_ Ele também está sofrendo. Eu vi quando ele me pediu para tomar conta dela.
_ Acho que ele não conhece a sua irmã! Até parece que ela vai demonstrar alguma fraqueza, ainda mais perto de você que é amigo dele.
_ Também acho. Mas não posso impedi-lo de fazer isso, só ajudar os dois. Foi isso que eu falei pra ele. Olha, eles estão aqui.
_ Nossa que silêncio! – falou vendo o ânimo geral – A comida já passou? Meu estômago está roncando!
_ Você só pensa em comida, Ronald Weasley? – exclamou Hermione.
_ Não. Eu penso em coisas melhores também, mas agora não é hora para elas. – disse olhando diretamente para a morena e piscando, depois de se sentar ao lado de Harry.
Hermione ficou levemente ruborizada e sentou ao lado dele, inacreditavelmente sem achar nenhuma resposta. Como se tivesse sido ensaiado, o carrinho de comida parou no mesmo instante no corredor ao lado da cabine, e Neville e Rony compraram guloseimas para todos. Bom, quase todos, já que Harry e Gina não quiseram nada. Depois de comerem alguns bolos de caldeirão, sapos de chocolate e beberem suco de abóbora, Rony, Mione, Luna e Neville jogaram snap explosivo, mais para tentarem amenizar o ambiente do que realmente para se divertir.
Quando chegaram a Londres viram que a segurança havia sido reforçada, pois o grande número de aurores esperando o desembarque era evidente. Depois de descerem do trem os quatro se despediram dos outros amigos e foram até Lupin e o sr. Weasley que os aguardavam.
_ Ótimo, chegaram em segurança. Harry, Lupin vai acompanhá-lo até sua casa, pelo visto seus tios não receberam o aviso de que teriam que buscá-lo hoje.
_Tá bom. – Harry imaginava que o real motivo dos tios não terem ido a estação, era a esperança que assim ele não voltasse para a rua dos Alfeneiros, mas preferiu não contar ao sr. Weasley. – bem, então tchau! A gente se vê. – deu um abraço rápido em Rony e Hermione e um aperto de mão no sr. Weasley. Tentou olhar para Gina, mas não conseguiu, então se encaminhou para a saída, sendo alcançado em seguida por Lupin, que apesar da curiosidade evidente, não fez nenhuma pergunta naquele momento.
_ Bem, então vamos. Eu consegui um carro emprestado no ministério. Hermione, o Rony já combinou tudo com você? Você conseguiu avisar seus pais?
_ Eu mandei uma coruja pra eles antes de sairmos da escola, e muito obrigada, sr. Weasley, por me deixar ficar com vocês este tempo.
_ Não precisa agradecer. Você é praticamente da família. Todos gostamos muito de você. Agora vamos porque não é seguro ficarmos tanto tempo aqui.
~~~~~~~
Quando chegaram na Toca, encontraram um delicioso lanche os esperando e uma sra. Weasley aliviada.
_ Meus queridos, vocês estão bem? – Molly abraçava cada um exageradamente.
_ Mãe! A gente se viu de manhã, não precisa esse desespero todo. – disse o ruivo encabulado.
_ Ronald Weasley, como você tem coragem de dizer isso depois de tudo que passaram nos últimos dias?
_ Desculpa mãe! Eu estava tentando descontrair um pouco. Só isso. – Rony exclamou, subindo rapidamente as escadas para guardar as coisas em seu quarto, sendo seguido por Gina e Hermione.
Depois de instalados os três retornaram à cozinha, lancharam e ficaram conversando um pouco. Quando a sra. Weasley achou que já era hora de dormirem, deu a cada um uma xícara de chá calmante para que pudessem descansar. Sem discutir eles tomaram a bebida e foram para seus quartos, ter o sono relativamente mais tranqüilo dos últimos dias.

2. Na Toca



Hermione abriu os olhos e por alguns segundos não soube onde estava. Aos poucos foi acordando e seu cérebro foi capaz de lembrar que era domingo e estava na Toca. Se espreguiçou e levantou, percebeu que Gina já havia levantado, então se trocou e foi ver se Rony também já tinha acordado. Subiu até o quarto do amigo, bateu levemente e entrou. Rony ainda dormia e vendo a aparência tranqüila do ruivo, não conseguiu reprimir um suspiro, pois daria tudo para estar ali junto a ele. Com um sorriso fez menção de virar para sair e fechar a porta, mas escutou-o chamando com a voz rouca de quem acaba de acordar.
_ Mione?
_ Desculpa. Te acordei, não foi? – a morena falou corando.
_ Não. Tudo bem. Eu achei que era um sonho. De repente senti seu perfume e quando abri os olhos vi você virando pra sair. Aconteceu alguma coisa? – disse se sentando na cama.
Tirando a vontade de ficar nos seus braços, não. Foi o que ela teve vontade de dizer, mas se conteve e respondeu apenas: _ Nada, só vim para ver se você já tinha levantado. Eu ia tomar café agora.
_ Então me espera que eu vou com você. O ruivo deu uma boa espreguiçada e foi até o banheiro lavar o rosto e se trocar.
Já estavam descendo para o café quando Hermione sentiu seu braço sendo segurado pelo amigo, obrigando-a a parar. Olhou para ele e perguntou preocupada:
_ O que foi?
_ Esqueci de uma coisa. – então deu um tímido beijo no canto da boca da amiga – Bom dia! – disse descendo o restante dos degraus a caminho da cozinha
A garota não conseguia acreditar e só o que pôde fazer foi sorrir e sussurrar um simples: _ Pra você também.
Rony havia decidido que não se intimidaria mais por seus sentimentos. Ele já era um bruxo adulto, estava prestes a sair numa perigosa busca junto com Harry e não podia mais agir como um menininho inseguro. Essa resolução só não impedia que suas orelhas estivessem vermelhas quando entrou na cozinha.
_ Bom dia Gina, Fleur! – falou dando um beijo na cabeça da irmã.
_ Bon jour, Rony. Você vai querrer o quê parra o café? – perguntou a futura cunhada.
_ O que tiver eu como, estou faminto.
_ Bom dia para todos. – Hermione acabava de entrar com um pequeno sorriso nos lábios e o rosto corado.
_ Dia. Rony, papai e mamãe foram ao St. Mungus, e ela vai ficar com Gui no hospital hoje. Como a Fleur vai descansar, ela pediu para que você me ajudasse limpando o quintal. – Gina falava num tom nervoso e seus olhos vermelhos denunciavam o quanto havia chorado, mas nem Rony e nem Hermione quiseram comentar nada.
_ Tá, tudo bem. – respondeu antes de morder um enorme pedaço de pão que Fleur tinha colocado na mesa junto com o restante do café-da-manhã.
_ Bon jour, Herrmioni. Você está se sentindo bem? – Fleur notara a inesperada mudez da garota.
_ Es…estou sim. É que…que…eu estou…com sono…ainda. É isso…é…é isso! – Mione conseguia ficar cada vez mais vermelha a medida que falava. Mas ninguém pareceu perceber nada.
O dia transcorreu calmo, mas atarefado. Gina cuidou da comida e da arrumação da casa junto com Hermione, enquanto Rony lidava com o quintal. Fleur ajudou um pouco e depois foi descansar, pois a noite ficaria com Gui no hospital, novamente. Durante o jantar todos estavam cansados, porém mais relaxados, pois não tiveram tempo para ficar se preocupando. Todos menos Gina. Sua preocupação era evidente. Comeu a refeição pelas beiradas, mas logo pediu licença a todos e foi se deitar.
Aos poucos os Weasley foram dormir e deixaram Rony e Hermione sozinhos na sala. Enquanto ela lia um livro o ruivo a observava. Queria resolver as coisas com ela, mas não tinha tido nenhuma oportunidade durante o dia para conversarem.
_Você não está com sono? – perguntou tentando iniciar uma conversa, já que ela não tirava os olhos do livro.
_ Na verdade, não. Estou cansada, mas não tenho sono. Por quê? – Mione fechou o livro que estava tentando ler a algum tempo, mas que não conseguia passar da primeira folha, já que seu cérebro não se concentrava.
_ A gente podia dar uma volta pelo quintal, já que a noite está quente. – disse levantando da poltrona onde estava e oferecendo a mão para que ela levantasse e o seguisse.
Mione não disse uma palavra, apenas aceitou a oferta e o seguiu. Uma brisa suave e agradável amenizava o calor da noite e os dois jovens caminharam até o banco do jardim, onde sentaram observando as fadinhas brilhando na noite.
_ Rony…sobre hoje…de manhã… – Hermione agradeceu pela penumbra esconder o rubor de seu rosto.
_ Você não gostou? – interrompeu o rapaz com um leve sorriso, olhando os olhos castanhos. Contrariando todas as expectativas ele não estava nervoso, com medo ou envergonhado.
_ Não…quer dizer, sim…gostei, mas…o que foi…aquilo? – ver Hermione confusa, sem entender algo era uma coisa provavelmente, tão surpreendente para a própria garota quanto para qualquer um que a conhecesse.
_ “Aquilo”? Bom, aquilo foi um beijo de bom dia. – Rony parecia se divertir com a confusão da garota. – Se você quiser eu mostro o beijo de boa noite. – até mesmo ele estava admirado com a sua calma e a sua ousadia.
A morena se surpreendeu com as palavras do rapaz só conseguiu assentir com a cabeça. Viu quando ele colocou uma de suas mãos em sua face, e olhou no fundo daqueles olhos azuis que tanto amava, antes de fechá-los e sentir a doçura dos lábios quentes de Rony tocarem os seus num beijo cheio de ternura e amor, um beijo que aguardaram durante tanto tempo.
Depois de um longo tempo em que ficaram nos braços um do outro, finalmente decidiram ir deitar. Entraram procurando fazer o mínimo de barulho e após mais um beijo apaixonado em frente ao quarto de Gina, a garota entrou e tentou se trocar da forma mais silenciosa possível. Já estava encostando a cabeça no travesseiro quando ouviu a voz da amiga.
_ E aí, o meu irmão beija bem?
Hermione levou um grande susto e quase gritou, pois acreditava que Gina estivesse dormindo já que tinha se recolhido há muito tempo.
_ Por Merlim! Quer me matar? Te acordei? Pensei que estivesse dormindo.
_ Não muda de assunto. Vocês se entenderam não foi? Eu percebi os olhares dos dois o dia inteiro e também, claro, a vista daqui é ótima, sabe? Dá para ver todo o jardim…
_ Gina! Você viu? Que vergonha. Bom, é…nós nos entendemos, eu acho…pra falar a verdade, não sei. Nós não conversamos muito, só ficamos…é…
_ Sei! Vocês só tentaram recuperar o tempo perdido com as brigas à toa, não é? – Gina deu um risinho triste, que não passou desapercebido pela amiga.
_ Gi, você está bem? Não quer conversar sobre…o Harry? – Mione falava pausadamente tentando aproveitar o momento para que a outra abrisse seu coração.
_ Não tem o que conversar, Mione. Ele não me quer por perto. Ele não acha que eu possa ajudá-lo. Mesmo depois do que aconteceu no Ministério ano passado, ou na escola agora, ele não acha que eu seja capaz. É simples. E eu vou me acostumar, pode deixar.
_ Eu não acredito que seja isso, Gina. Sabe ele tem que resolver umas coisas e acha que Você-Sabe-Quem vai aproveitar para atacar quem for importante para ele só pra atingi-lo. Na verdade ele tem medo que alguma coisa aconteça com você por causa dele.
As lágrimas lavavam o rosto da ruiva que concordou: _ Eu sei. No fundo eu sei que ele só quer me proteger. Mas e eu? Será que ele acha que eu não tenho medo do que vai acontecer com ele? Ele acha que não vou sofrer? Ou será que ele acha que sou estúpida o bastante para não ter percebido o que terá que acontecer?
_ O que você acha que vai acontecer? – perguntou Mione alarmada. Será que a amiga tinha ouvido alguma coisa sobre a busca pelas horcruxes ou sobre a profecia?
_ Hermione, eu não sou burra tá! Eu sei que ele vai ter que dar fim no Vol… Voldemort. E sei que ele estava ajudando Dumbledore com alguma coisa importante, e só pode ser algo relacionado aos dois. – Gina agora tinha parado de chorar e olhava a amiga com raiva. – Vocês acham mesmo que eu não percebi nada, esse tempo todo? Do trio discutindo pelos cantos? Ele não confia em mim…é isso.
_ Eu também não concordo com o que ele fez, o Rony também não. Eu acho que ele está confuso, transtornado com o que aconteceu, com tudo o que ele viu. Ele tem medo de perder as pessoas que ama, então prefere se afastar. Ele já fez isso antes, lembra? Ele se preocupa com a segurança de todos.
_ Eu sei. Sei que ele não vai conseguir ser feliz com tudo que está acontecendo. Não enquanto tudo não tiver terminado. Mas será que ele não vê que mesmo longe de todos o perigo é o mesmo. Ninguém está seguro em lugar nenhum. Eu o amo tanto, queria ficar ao lado dele, consolá-lo, ajudá-lo, mas aquele cabeça-dura…argh! Parece que a teimosia dos Weasley passou para ele!
Realmente desabafar tinha ajudado. Gina agora estava mais calma e a dor que sentia em seu peito tinha diminuído. Ela agora ia ser forte, não ia chorar mais, nem ficar amuada pelos cantos. Ela ia ser forte por ele e para ele. O amor deles ia superar tudo. Ele queria um tempo? Tudo bem. Ela ia ser a amiga, a companheira, e quando ele percebesse que não tinha mais escapatória…bem, aí ela ia estar esperando por ele, como sempre fez desde que o conheceu. Depois de alguns minutos de silêncio disse:
_ Obrigada, Mione. Você tinha razão eu precisava conversar. Mas que o seu amigo é teimoso, é.
_ Isso com certeza. Agora vamos dormir que eu estou morrendo de sono.
_ É acho que agora eu consigo dormir mesmo.

3. O Retorno de Gui



Quando Gina abriu as cortinas pela manhã, Hermione acordou automaticamente. Estava se sentindo ótima, com a alma renovada, e isso devia estar estampado em seu rosto pois a ruiva logo percebeu e comentou:
_ Bom dia, senhorita sorriso! O dia está realmente belo esta manhã, não acha? O céu está azul, os pássaros estão cantando… o amor é lindo!!! – Gina ria enquanto jogava algumas almofadas na amiga.
_ Nossa! Bom dia! Estamos com bom humor hoje, ou é só impressão? – Rony falou depois de abrir a porta do quarto da irmã e ver a guerra de almofadas travada ali.
_Bom dia, maninho. Sim estou com o humor melhor hoje. E pelo visto não sou só eu. O que houve? Caiu da cama? Bem eu acho que eu vou descer de uma vez e deixar os pombinhos sozinhos. Juízo, hein, Roniquinho! – saiu do quarto deixando o irmão confuso e com as orelhas vermelhas de vergonha.
_ Você contou pra ela? – disse sentando na cama junto de Mione.
_ Não precisei. Ela viu a gente pela janela ontem.
_ Ahn…eu vim te acordar, e…dar um beijo de bom dia.
_ Igual ao de ontem?
_ Não…melhor. – abraçou-a, deitando junto a ela, tocando seu rosto e a beijando. Aos poucos os beijos foram ficando mais apaixonados e as carícias mais quentes. Ela se agarrava aos cabelos ruivos enquanto ele acariciava sua pele sobre a camisola fina. Praticamente não conseguiam mais se controlar quando ouviram batidas na porta. Separaram-se rapidamente, ofegantes, no momento em que Gina entrava no quarto.
_ Nossa! Desculpem…eu não esperava…eu…Merlim! Eu tentei adiar mas a mamãe está chamando para o café, e podia ficar desconfiada. – a ruiva falou rápido, constrangida com o flagrante que deu no casal e saiu em seguida.
Rony foi até a janela, e ficou olhando o quintal até que sua respiração voltou ao normal depois virou-se e viu Hermione se levantando, ainda tentando se recompor.
_ Me perdoe, eu não deveria ter feito…você sabe… feito…droga! Eu te amo e não vou esconder isso de ninguém, e nem me envergonhar. E… e eu te quero muito, e… nós já não somos mais crianças, não é? Quer dizer, nós já temos 17 anos, então…já somos adultos, e não…
_ Shshshsh… – Mione colocou os dedos em seus lábios interrompendo-o. – Eu te amo também. E você não fez nada que eu não quisesse. Na realidade nós não fizemos nada demais, não é? Só estávamos namorando um pouco, ok? – disse dando-lhe um leve beijo – Agora você vai me esperar aqui enquanto eu vou me trocar e depois vamos tomar café, que hoje quem está faminta sou eu.
Depois de alguns minutos os dois desceram até a cozinha onde encontraram a sra. Weasley e Fleur conversando.
_ Bom dia, mãe. Tudo bem, Fleur? – disse Rony, sentando ao lado de Hermione que apenas murmurou um bom dia para todos.
_ Bom dia filho. A Gina falou que vocês estavam lá em cima conversando e já iam descer, mas demoraram tanto. Afinal que assunto tão importante era esse que pelo visto nem sua irmã podia saber, porque ela desceu e saiu para o quintal sem dizer nada. Era sobre o Harry?
Com as orelhas levemente vermelhas o ruivo olhou de Hermione para sua mãe e falou com naturalidade: – Não era nada, mãe. Na verdade nós não estávamos conversando, estávamos namorando, e Gina viu, só isso.
_ RONALD WEASLEY! Como…como você pôde… eu esperava isso dos gêmeos, mas de você? E você senhorita Granger? Se seus pais sabem, eles… eles podem não gostar, e o que nós vamos…
_ Ei mãe, calma! Nós não fizemos nada, tá legal! – interrompeu o rapaz antes de começar a comer. Já estava engolindo um pedaço de bolo quando ouviu baixinho:
_ Se a senhora não concordar, sra. Weasley, eu posso ir para casa, eu não quero causar problemas. – Hermione estava tão vermelha que pareia mais uma autêntica Weasley.
Rony olhou para ela, apertou a mão dela na sua e disse: _ Se você sair daqui eu vou junto. Eu prometi que não vou te deixar sozinha e vou cumprir.
Molly ficou pálida, e tanto os seus olhos quanto os da morena se encheram de lágrimas ao ouvirem a declaração do rapaz.
_ Ninguém via sair daqui! Não foi isso que eu falei, Hermione querida. Nós gostamos muito de você. Eu não vou dizer que o namoro de vocês é uma surpresa pra mim, pois estava claro que mais cedo ou mais tarde vocês iam se entender. E eu sei que você é responsável, mas são jovens, e eu sei como é… e seus pais confiam em nós, e…eu não sei, …eu acho que eu estou ficando velha mesmo, meu filhinho namorando… Gui vai se casar… Gina e Harry… – a emoção da senhora fez com que as lágrimas caíssem e ela atropelasse as palavras. – Esqueçam tudo o que eu falei, eu sou uma boba. O que importa é que eu estou muito feliz. Só espero que tenham juízo, vocês dois.
_ Realmente, hoje serr um dia de boas notícias, non é? – falou Fleur animada, interrompendo a futura sogra. – Vocês juntos e o Gui rrecebendo alta hoje do hospital. Non é marravilhoso!
~~~~~~
Os preparativos para o retorno de Gui tomaram boa parte do dia e o clima constrangido do começo da manhã foi logo substituído pela expectativa gerada pela volta do filho mais velho. À noite todos os Weasley, menos Percy que ainda não tinha se reconciliado com a família, apareceram na Toca para comemorar o restabelecimento de Gui, que apesar das cicatrizes que desfiguraram parte de seu rosto, estava realmente recuperado. Fleur não saia de seu lado, enchendo-o de atenções. As providências para o casamento que haviam sido deixadas de lado, iam ser retomadas e ela estava radiante e “encantadora” como sempre, mas agora tinha o trabalho de trançar seus longos cabelos platinados para não causar problemas entre seu noivo e os irmãos. Essa atitude fez com que ganhasse mais respeito de Gina, Hermione e também da sra. Weasley, que agora era toda sorrisos para a futura nora.
Durante o jantar, a conversa pulava do casamento para o recente namoro de Rony e Hermione, que tiveram que ouvir um “até que enfim” de praticamente todos os presentes até que Gui perguntou:
_E o Harry, Gina. Como vocês estão?
Gina empalideceu ligeiramente quando percebeu o silêncio geral para ouvir a resposta. Ela tinha reparado que todos queriam ter perguntado aquilo em algum momento naqueles últimos dias, mas não tiveram coragem. Ela não comentara com ninguém, tirando Hermione, e o Rony devia ter sabido pelo próprio Harry. Olhou para a amiga que retribuiu com um sorriso reconfortante, abaixou o olhar e respondeu:
_ Ele está com muitos problemas agora, então nós terminamos.
_ QUEM AQUELE QUATRO OLHOS PENSA QUE É? – gritou George seguido por Fred que berrou:
_ ELE ACHA QUE PODE CHEGAR, USAR VOCÊ E DEPOIS JOGAR FORA, ASSIM, DO NADA? ELE VAI VER SÓ…
_ CHEGA! – a mais nova dos sete irmãos estava de pé, com o rosto tão vermelho quanto seus cabelos e com lágrimas escorrendo de seus olhos. – Vocês estão pensando que eu sou o quê? Isso é um assunto MEU e DELE, e ninguém tem nada a ver com isso. Sabe quem ele é George? HARRY POTTER! O mesmo que VOCÊ conhece desde que tinha onze anos. O mesmo que abriu mão de uma pequena fortuna porque acreditava no talento de VOCÊS. E o mesmo que em breve vai ter que salvar o SEU traseiro, e também o mundo bruxo do caminho de Você-Sabe-Quem. E eu seria muito egoísta se achasse que sou mais importante que isso.
Todos ficaram em silêncio observando Gina. Ninguém conseguia formular nenhuma frase até que ela mesma disse baixinho: – eu vou para o meu quarto. Boa Noite a todos. – foi saindo, mas parou perto da porta e pediu sem se virar: – Não gostaria que ninguém comentasse nada disso nem comigo e nem com ele. – depois subiu para seu quarto.
O silêncio na cozinha perdurou até que o barulho da porta se fechando no andar superior foi ouvido, pois no segundo seguinte a balbúrdia recomeçou.
_ Mas isso não vai ficar assim! – disseram os gêmeos ao mesmo tempo em que Molly suspirava:
_ Eles faziam um casal tão bonito…
_ Será que vocês não entenderam nada? – Rony falou alto, levantando-se bruscamente e derrubando a cadeira em que estava. – Ele está preocupado com ela imbecis! Preocupado com a gente, e não com ele! Ele está sofrendo e vocês pensando em quebrar a cara dele.
_ O Rony está certo e a Gina também. Vocês estão preocupados com o quê: o coração partido da nossa irmã ou com a segurança dela e de todos? Foi uma atitude nobre da parte dele, apesar de que provavelmente desnecessária. – Gui falou também se levantando, enquanto Carlinhos segurava os gêmeos para que não iniciassem uma briga.
_ Como assim, desnecessárria? – Fleur perguntou ao noivo.
_ Querida, não importa se eles estiverem juntos ou não, Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado virá atrás dela e de todos nós, porque nós somos amigos dele. Todos sabem que somos praticamente sua família.
_ É isso mesmo, meu filho. Bom já está ficando tarde e nós precisamos descansar. – o sr. Weasley falou terminando a discussão.
Aos poucos os ânimos se acalmaram e todos foram se dispersando. Rony e Hermione ficaram namorando um pouco mais, a morena estava impressionada com o modo que ele tinha enfrentado seus irmãos. Decididamente ele tinha amadurecido bastante naqueles últimos dias, e ela ficou muito feliz em constatar isso. Depois de um tempo decidiram escrever uma carta à Harry para saber como ele estava, e contar as novidades. Com a carta já pronta foram dormir, pois só mandariam Pichí entregá-la no dia seguinte.

4. Um Apoio Necessário



O dia estava, como muitos podiam sentir, bem melhor do que nos últimos tempos. A névoa e o sentimento de tristeza geral tinha diminuído e o céu azul podia ser visto bem como algumas crianças brincando alegremente nas calçadas. Contudo a alegria do bonito dia não conseguia amenizar os sentimentos que um garoto de rebeldes cabelos negros e olhos verdes, tinha. Desde que retornara para a casa dos Dursley ele procurara passar desapercebido aos familiares. Praticamente não falava, e só saia do seu quarto quando tia Petúnia o mandava fazer alguma coisa.
E naquela manhã não seria diferente, se não fosse o chamado da tia alguns minutos após ele ter retornado ao quarto após o café da manhã.
_ Harry! Desça aqui, agora!
Não querendo criar mais problemas do que ele já possuía, desceu as escadas lentamente, mas ficou pouco intrigado com a pessoa que se encontrava à porta conversando com ela.
_ Bom dia, sra. Figg.
_ Bom dia, menino. Eu estou precisando da sua ajuda hoje, e se sua tia permitiu que me auxiliasse durante a parte da manhã. Mas eu compreenderei se não quiser.
_ É CLARO QUE ELE VAI! – Petúnia parecia eufórica, mas se controlou. – Uma manhã inteira, só? Se precisar pode ficar o dia todo.
Se não fosse seu estado de espírito, Harry teria dado boas gargalhadas daquela cena, principalmente porque sabia que a vizinha dissera a última frase justamente para que sua tia não percebesse que ele provavelmente preferia passar lá o dia inteiro. Porém apenas assentiu com a cabeça e dirigiu-se à calçada. Assim que não podiam mais ser ouvidos por ninguém da casa, ele perguntou enquanto caminhavam:
_ Qual é realmente o problema, sra. Figg?
_ Nenhum, Harry. Digamos que tenho um gato em minha casa que pede a sua atenção.
Gato? Minha atenção?!? Sinceramente se ele não soubesse que a sra. Figg não era tão louca quanto parecia, ele teria dúvidas agora. Porém ele não precisou ficar curioso por muito tempo pois logo estavam entrando na casa da vizinha, e Harry pôde ver quem o esperava.
_ Bom dia, professora.
_ Bom dia, sr. Potter. Como você está? – a professora MacGonagall sempre tão severa, agora tinha a aparência cansada e o olhava não era mais tão duro. – Obrigada, Arabella. Eu realmente precisava conversar com ele.
_ Não tem de quê, Minerva. Fiquem à vontade enquanto eu preparo um suco de abóbora para nós. – a sra. Figg deixou-os à sós e foi para a cozinha.
_ O que houve professora? É o Ministério?
_ É diretora agora, Harry. Mas não é o Ministério, é…Dumbledore. – fez um gesto para que ele não a interrompesse e continuou. – Ele deixou uma carta pra mim, me explicando o que estava fazendo e o porquê de seu envolvimento em uma busca tão perigosa. – ela falava num tom cansado. – E também pediu que lhe entregasse essa. Parece que ele sabia do risco que estava correndo afinal!
_ Ele lhe contou tudo? – Harry pegou o pergaminho e reconheceu imediatamente a caligrafia verde e inclinada do antigo diretor, mas não o abriu.
_ Sim. E devo lhe dizer que não acho que você devesse ter sido envolvido em atos tão perigosos. Você ainda é muito jovem, não deveria ter esse tipo de preocupações.
_ Desculpe prof… diretora. Eu também não queria ter esse tipo de preocupações, porém Voldemort… Voldemort não. Tom. – Harry pensou um pouco. Tom Riddle. Era assim que Dumbledore o chamava e o fazia ficar irritado, então agora era assim que ele o chamaria também. – Tom não pensa que eu sou jovem o bastante para enfrentá-lo. Ele tentou me matar quando eu tinha apenas um ano, e depois quando entrei para Hogwarts, viraram praticamente rotina essas tentativas. O professor Dumbledore achava que eu devia estar preparado e eu concordo com ele.
_ É…sim…mas é tão injusto.
_ Justiça não é exatamente uma das qualidades do Riddle.
_ Você tem razão. Por isso eu vim aqui lhe dizer que Hogwarts, e eu principalmente, estaremos sempre do seu lado.
_ Eu não vou voltar para a escola. Tenho que terminar o que o professor Dumbledore começou. Ele confiou isso a mim.
_ Isso é terminantemente inaceitável, sr. Potter! O senhor retornará à Hogwarts junto com os demais alunos para terminar os seus estudos, e antes que me interrompa. – disse com a entonação própria da MacGonagall que ele conhecia. – Você terá todo o apoio em sua busca das horcruxes e também para a destruição delas. Não só dos professores como também dos membros da Ordem da Fênix. Você tem que estar preparado para cumprir seu destino. – diante do olhar intrigado dele ela falou. – Dumbledore me contou sobre a profecia.
Realmente não era isso que ele estava esperando ouvir, mas tinha que admitir que se sentia melhor por saber que iria estar sendo preparado e auxiliado, pois essa era a sua grande preocupação no momento: como ia conseguir achar as horcruxes, destruí-las e derrotar Voldemort sozinho. Olhou para o pergaminho em sua mão e resolveu lê-lo.
“Caro Harry,
Se você está lendo essa carta é porque eu já não estou mais junto de meus amigos. Não fique triste. Eu não estou. Lembre-se do que eu disse sobre a morte. Não desista. Eu acredito em você. Chegou a hora de escolher entre o caminho certo e o fácil. Tenho certeza de que Hogwarts e a Ordem da Fênix estarão lhe ajudando no caminho certo, mas se escolher o fácil eles não lhe condenarão.
Não esqueça de tudo o que estudamos nesses últimos tempos e principalmente que você tem uma arma que ele não tem: AMOR. Fique sempre junto daqueles que te amam, e essencialmente daqueles que você ama. Você tem amigos leais que te apóiam em todos os momentos.
Eu já expliquei tudo à Minerva e você tem a minha autorização para sair de Hogwarts quando precisar, pode confiar que ela irá te ajudar tanto quanto eu tentei fazê-lo. Também poderá ter acesso às minhas memórias, a minha penseira será a minha herança para você.
Quando quiser conversar venha me visitar. Meu quadro ficará feliz em vê-lo.
No mais, varinhas de alcaçuz, pirulitos de sangue, picolés ácidos e quebra-queixo.
Atenciosamente,
Alvo Dumbledore.
P.S.: Você e a srta. Weasley formam um belo e poderoso casal.”
Após ler atentamente a carta, dobrou-a e guardou-a em seu bolso. Secou uma lágrima que escorrera e olhou novamente para a nova diretora.
_ Tudo bem. Eu volto. Mas é para me preparar, não vou poder me preocupar com lições e provas.
_ Você não deveria se preocupar com isso agora, sr. Potter. Porém devo lhe adiantar que algumas lições poderão ser úteis. Principalmente Feitiços e Defesa Contra as Artes das Trevas.
_ Sim, claro. Eu não quis dizer que as aulas eram inúteis, só que…
_ Eu entendi. O senhor quer é se “livrar” de trabalhos e testes. – ela falou com um discreto sorriso nos lábios. – Está cada vez mais parecido com o seu pai, sr. Potter. Os marotos também não gostavam muito de provas…
Harry se surpreendeu com a pequena brincadeira da sempre rígida professora de Transfiguração. E finalmente depois de longos dias ele riu. A carta de Dumbledore lhe trouxe um pouco de paz e saber que teria apoio lhe deu mais esperanças de triunfar.
_ Que bom que você está mais alegre. – disse a sra. Figg enquanto retornava à sala com um grande jarro de suco de abóbora. – Eu cheguei a pensar que não o veria sorrir novamente.
Os três conversaram um pouco mais. O jovem ficou sabendo que Olho-Tonto Moody era o novo chefe da Ordem da Fênix, que apesar do Ministério da Magia não ter ainda se pronunciado, Hogwarts já estava sendo preparada para o começo das aulas, e que o próximo professor de DCAT deveria ser um membro da Ordem. Harry pensou logo em Lupin. Seria bom tê-lo novamente como professor. Quando já se preparava para sair, MacGonagall lhe entregou dois livros.
_ Isso deverá servir para ajudá-lo. Eles são da biblioteca pessoal de Dumbledore. Você sabe que não poderá fazer magia antes de completar 17 anos, mas não custa nada já ir se familiarizando com alguns assuntos. E quanto às suas buscas, eu estou pessoalmente pesquisando, e assim que tiver alguma pista lhe avisarei.
_ Professora, eu tenho algo para contar, sobre… sobre aquela noite. – Harry decidiu informá-la sobre algumas descobertas, que Dumbledore não pôde fazer.
_ Sobre a horcrux que foram buscar?
_ Sim. Mas ela era falsa. Alguém a pegou antes.
_ Quem?
_ Alguém que se auto-intitula R.A.B. – contou então tudo que aconteceu e tudo o que sabia sobre o medalhão.
_ Eu vou pesquisar. Assim que puder, eu quero ver pessoalmente esse medalhão e o bilhete.
Harry olhou os livros “Feitiços Avançados” e “Magia Branca X Magia Negra”. Hermione certamente iria adorar aqueles livros e eles realmente iam ser úteis. Despediu-se das duas senhoras e voltou para casa. Quando chegou em seu quarto viu Pichí esperando em cima de sua cama. Tirou o pergaminho que estava preso na pequena coruja e leu ansioso.
“Harry,
Como você está? Aqui estamos todos bem. Gui já voltou para casa e agora a correria para o casamento dele com Fleur vai tomar conta da família. Hermione manda um abraço e diz que é para você não desanimar. Você sabe que estaremos sempre com você.
Gina está bem. O sangue Weasley não deixa ela dar o braço a torcer, você sabe.
Mande notícias. Temos novidades! Um abraço,
Rony e Mione.”
Depois de ler deu um pouco de água e comida à ave, e foi logo responder aos amigos. Foi bom saber que os Weasley estavam ocupados com o casamento. Dumbledore iria gostar. E Gina. Sentia saudades dela, e agora com a cabeça mais fria estava achando realmente a atitude que tomara uma estupidez. Ela não estaria em segurança nem perto e nem longe dele. E perto ele ao menos poderia ajudá-la e protegê-la. Se bem que do jeito que ele havia visto ela lutar, talvez ela não precisasse de tanta ajuda assim. Pegou sua pena e um pedaço de pergaminho e começou logo a escrever a sua resposta.
“Rony,
Na medida do possível, estou bem. Meus tios têm me ignorado bastante e isso ajuda muito. Duda ainda está no colégio o que ajuda ainda mais. Provavelmente nos veremos no casamento.
Tive uma inesperada visita esta manhã que irá nos auxiliar com aquele desafio. Diga a Mione para não se preocupar que eu já estou preparando a minha Firebolt para o campeonato de quadribol entre as casas, e que se depender de mim, ninguém segura a Grifinória este ano.
Mande lembranças à Gina e diga que ela estava certa: a razão era mesmo estúpida.
Um abraço a todos,
Harry.”
Releu algumas vezes o pergaminho para se certificar que não estava passando nenhuma informação relevante caso Pichí fosse interceptada e depois mandou a coruja de volta à Toca. Sabia que deixaria os amigos curiosos, principalmente Hermione, mas não podia correr o risco de contar nada a mais ninguém. Foi à cozinha comer alguma coisa e aproveitando que a sua tia havia saído sem lhe dar nenhuma tarefa, voltou para o seu quarto e ficou o restante da tarde lendo os livros que MacGonagall lhe dera. Agora só restava a ele esperar até que alguém fosse buscá-lo para o casamento de Gui, que ele nem ao menos sabia quando seria, e se preparar para cumprir seu destino, como a professora falou, com os recursos que ele dispunha naquele quarto. Ele teria que estar com a parte teórica totalmente aprendida para poder treinar assim que pudesse.

5. A Carta



Os dias na Toca agora passavam num piscar de olhos. Depois de lerem a resposta de Harry, Rony e Hermione ficaram um pouco confusos, principalmente com aquela história de quadribol. E de quem foi a visita que ele recebera. Pelo menos Gina parecia ter gostado do recado, mas como tinha confessado à amiga, não queria ter nenhum tipo de esperança. Porém ninguém tinha realmente muito tempo para pensar em outro assunto que não fosse o casamento que se aproximava. A cerimônia iria ser realizada na casa de Fleur, contudo grande parte dos preparativos estava sendo feita na Toca já que a noiva ainda estava hospedada lá. E como Gui e Fleur tinham retomado suas funções no Gringotes, e o sr. Weasley tinha que trabalhar no Ministério, a preparação e o envio dos convites ficaram sob a responsabilidade da sra. Weasley, que distribuiu a tarefa aos três jovens, já que a parte da recepção ficou à cargo da família de Fleur.
No meio da semana, depois que os convites já haviam sido enviados, só faltava agora providenciar as roupas e por isso Molly decidiu ir à Madame Malkin para que escolhessem.
_ Vamos crianças, se apressem pois hoje nós iremos ao Beco Diagonal providenciar as nossas roupas. – disse enquanto passava pela sala em que Gina, Rony e Mione estavam.
_ Para quê, mãe? Eu tenho aquela roupa de gala nova que os gêmeos me deram, e ela ainda cabe, eu acho.
_ Nada disso, Roniquinho. Vamos levar as vestes para a Madame Malkin fazer os ajustes necessários, pois você cresceu bastante desde que ganhou esta roupa. Então se apressem que a Fleur nos esperará lá.
_ Ah, mãe. Vai ser um saco! Põem ir que eu fico aqui com a Mione e depois a senhora mesmo ajeita.
_ Nem pensar, Ronald Weasley. Você acha o quê? Que eu vou deixar vocês dois aqui sozinhos? Nem em sonho!
Realmente o ruivo tinha percebido que desde que souberam do namoro, ele e Hermione não tinham conseguido ficar sozinhos por muito tempo, e ele achava que a mãe estava por trás disso.
_ Por Merlim, mamãe! Você acha que a gente vai fazer o quê? Começar a próxima geração de Weasley assim que a senhora desaparecer pela lareira? – Rony falava exaltado e a morena tentava sumir de tanta vergonha.
_ Não, é claro que não. Bom, pelo menos espero que não. – olhou para os dois e depois falou. – Tá bom. Nós não vamos nos demorar mesmo, então está certo.
E assim seguida de uma Gina que tentava a todo custo não cair na risada, a sra. Weasley foi para o Beco Diagonal. Quando os dois jovens estavam sozinhos, Rony percebeu o rosto corado que a namorada a todo custo tentava esconder olhando pela janela.
_ O que houve, Mione?
_ Nada. Só estou morrendo de vergonha. Merlim, o que a sua mãe deve estar pensando?
_ Hermione, não é obvio?
_ Pra mim não.
_ Ela deve estar pensando que como nós já somos amigos e nos conhecemos há muito tempo, o nosso namoro vai, como posso dizer…, vai “esquentar” mais rápido.
_ Oh! Claro…entendo. – a garota conseguiu ficar ainda mais envergonhada do que já estava. – A gente poderia ir um pouco lá fora, não acha?
_Hermione Granger, você está fugindo de mim? – ele falava enquanto se aproximava.
_ Não. Quer dizer, …não de você, talvez de “nós”… você sabe…
_ Sei. Você está com medo da coisa “esquentar”! – o ruivo não conseguia mais segurar o riso.
_ Ron, quer parar de me deixar envergonhada.
_Claro, amor. Tudo bem, vamos lá pra fora.
Na realidade os dois tinham consciência que a preocupação da senhora Weasley tinha bastante fundamento, pois eles não estavam mesmo conseguindo reprimir todos os desejos e sentimentos que haviam guardado por tantos anos. Namoraram um pouco no jardim e depois de algum tempo em que ficaram só observando as nuvens no céu deitados na grama, começaram a conversar assuntos menos constrangedores, mas mesmo assim preocupantes.
_ Ron, o que nós podemos fazer para ajudar o Harry?
_ Ué, Mione. O que sempre fazemos, eu acho.
_Não. Você não entendeu. Eu quero dizer agora, enquanto nós não conseguimos conversar com ele. Para adiantar.
_ Sei lá … esse assunto de horcruxes é complicado. Objetos que sejam importantes para Você-Sabe-Quem…
_ Ronald, quer parar com isso!
_ Isso o quê srta. Hermione? – perguntou sério virando-se de lado e apoiando a cabeça na mão, para poder olhá-la.
_ Já está na hora de perder esse medo idiota de dizer o nome dele. – disse também voltando-se para ele.
_ É você tem razão. Nós vamos tentar destruí-lo, ou pelo menos tentar ajudar, e não tem cabimento ter medo de pronunciar o nome dele, principalmente depois de tudo que nós fizemos.
A morena arregalou os olhos. Ronald Weasley dando razão à ela e evitando uma discussão. Ele realmente estava surpreendendo-a muito nesses dias. Sentiu que o amava ainda mais por isso, olhou no fundo dos olhos azuis e falou.
_ Eu amo você.
_ Eu também amo você. – disse o ruivo enquanto suas orelhas coravam.
Já estavam se beijando apaixonadamente quando ouviram o barulho de bater de asas bem próximo às suas orelhas.
_ SANGUE DE DRAGÃO! O que é isso? – gritou o rapaz ao sentir as asas da coruja baterem em sua cabeça.
_ Calma, Rony, ela está com uma carta. Calma que eu vou tirar da pata dela, aí ela vai se acalmar. – falou segurando o riso, enquanto livrava a pobre coruja de uma morte certa, já que o olhar do garoto ao seu lado era capaz de fazê-lo sem demora. – Pronto, peguei. – a coruja imediatamente alçou vôo e sumiu de suas vistas.
_ Para quem é, Mione?
A jovem corou e disse baixo:
_ Para mim. – olhou para o namorado e diminuiu ainda mais o tom. – É do Víctor. – por um momento ela achou que ele fosse explodir de tão vermelha ficou sua face, porém ele só falou:
_ Eu vou entrar enquanto você lê a carta do Vití… dele. – Rony levantou-se e foi logo para o seu quarto na Toca.
Hermione ainda tentou chamá-lo mas não foi ouvida. Pelo menos ele não tinha dado nenhum ataque, não é? Leu a carta de Krum e voltou para casa a fim de respondê-la o mais rapidamente possível e tentar minimizar os possíveis estragos que ela podia ter feito. Quando já estava endereçando a resposta, ouviu Gina abrindo a porta.
_ Ei, está escrevendo pra quem? Harry?
_ Não. – falou desanimada. – Víctor.
_ Krum? Você está escrevendo pro Krum?
_Não estou escrevendo, estou respondendo. Ele me mandou uma carta, que chegou agora à pouco.
_ E o Rony? – perguntou a ruiva, levantando a sobrancelha.
_ O que tem o Rony?
_ O que ele fez? Porque ele não está aqui, você está com essa cara, e não estou escutando nenhum barulho indicando que algum cômodo terá que ser reconstruído, ou seja não faz sentido.
_ Bom, foi meio inesperado mesmo. Quando a coruja interrompeu a gente ele ficou possesso…
_ A coruja interrompeu vocês?
_ É a gente estava lá fora, namorando. Então ela chegou e eu vi que a carta era do Krum.
_ E ele não matou a coitada nessa hora?
_ Er…, o olhar dele era de um fugitivo de Azkaban… – ela falou com um sorriso no canto dos lábios. – mas ele só disse que ia entrar enquanto eu lia a carta.
_ Só isso?
_ É. Aí eu vim logo responder essa carta, para depois ir falar com ele.
_ O que ele queria?
_ Víctor? – a cunhada assentiu. – Ele soube de Dumbledore e perguntou como estávamos. Nós todos: eu, Harry e Rony. Ele é só meu amigo, e sabe que eu gosto do Ron.
_ Sério!?!
_ É sim. Eu já falei isso, só que ninguém acredita!
_ Mas parecia que ele estava a fim de você, Hermione!
_ Estava. Mas eu expliquei tudo pra ele. E ele entendeu.
_ E resolveu ser só seu amigo?
_ É, porque ele sabe que se eu sou amiga dele é pelo que ele é, e não por causa do quadribol, da fama…
_ Faz sentido, até porque se você estivesse atrás de fama, estaria namorando o Harry. E você é amiga do Harry há tanto tempo e não fica alardeando isso como se fosse um troféu. Então ele viu que você pode ser amiga dele de verdade!
_ Isso mesmo! Por que é tão difícil para as pessoas perceberem?
_ Por que você nunca falou tudo isso pra ninguém! Se tivesse falado, o meu irmão não teria um ataque cada vez que se mencionasse o Víctor Krum.
_ Talvez, mas ele virava um trasgo e a gente acabava discutindo e… você sabe.
_ É eu sei. Bem, a mamãe está chamando para o almoço. Você vai chamar o Rony ou quer que eu chame?
_ Não sei. Talvez seja melhor eu chamar, né? – falou Hermione de uma forma indecisa, enquanto saia com Gina do quarto.
Quando se virou para subir e ir chamar Rony, viu que este já estava descendo. Parou esperando pelo ruivo que ao avistar a irmã apenas olhou para a morena e falou:
_ Elas já chegaram, não é?
_ É eu ia te avisar que o almoço já está pronto.
_ Então vamos que eu estou faminto.
_ Rony, espera. Temos que conversar. – pediu pegando em sua mão e segurando-o.
_Não, Mione. Depois a gente conversa, ta. – deu um beijo na testa da namorada e puxou-a para a cozinha.
Seria uma refeição normal, não fosse o silêncio profundo de três das quatro pessoas à mesa. Enquanto a senhora Weasley falava sem parar sobre os preparativos do casamento, Rony e Hermione comiam de cabeça baixa um de frente para o outro, e Gina tentava a todo instante iniciar uma conversa entre eles e sempre sendo respondida por monossílabos. O casal parecia estar evitando qualquer coisa que pudesse servir de estopim para uma discussão, e ao mesmo tempo adiando a conversa que teriam.
~~~~~~
No final da tarde eles perceberam que não adiantava mais evitar o inevitável, e mesmo sob o protesto de Molly, que não queria que os dois ficassem sozinhos, eles rumaram para o quarto do rapaz para tentarem resolver a situação. Rony encostou-se na janela e Hermione sentou-se na beirada da cama.
_ Sobre o que você quer conversar, Mione.
_ Sobre a carta do… Krum.
_ Já leu?
_ Já.
_ Sei. – virou-se para olhar a paisagem pela janela e pausadamente falou. – já respondeu?
_ Já, mas Ronald não é isso que eu quero conversar com você. Quer dizer… é sobre isso, mas não é isso. Entendeu? – falou a morena toda atrapalhada, numa atitude que não pertencia a ela.
_ Por incrível que possa parecer, sim. Mas eu não sei se quero entender. Eu posso não ter explodido como normalmente faço, e na verdade eu não sei nem porquê. Mas eu também não entendo o que esse… esse búlgaro quer com você ainda.
_ Você quer ler a carta?
_ Já quis, mas acho que agora não quero mais. – o ruivo ficou levemente corado e pareceu pensar bem antes de continuar. – Eu só preciso saber uma coisa, e queria uma resposta sincera.
_ Pergunte.
Ele deixou de olhar o pôr-do-sol e encarou a namorada, sério.
_ Você e ele já… já namoraram?
_ Não, namorar mesmo não, mas… a gente se beijou. – ele ponderou alguns momentos e disse.
_ Tudo bem. Você quer a Pichí emprestada para mandar a resposta?
_ Ahn? Você está bem, Rony? – questionou, incrédula.
_ Por quê?
_ Eu imaginei que você fosse querer saber o que ele estava escrevendo, o que eu respondi, por que a gente não namorou… Mas não. Você só perguntou se eu e ele tínhamos namorado e aceitou a minha resposta sem perguntar mais nada. Isso não é uma atitude típica sua. – Hermione falou enquanto levantava e ficava de frente para ele.
_ Eu não vou mentir. Eu gostaria muito de saber o que vocês tanto escrevem um pro outro, mas não vou ficar perguntando. Se um dia quiser me contar, eu sou todo ouvidos. De resto, eu confio em você. Eu fiz uma pergunta, pedi uma resposta sincera, você deu e pronto.
_ E se a resposta fosse outra? E se eu tivesse namorado com ele?
_ Não ia fazer diferença.
_ Não?!? Agora você está realmente me assustando…
_ Não, Hermione. Eu conheço você. Sei quando mente, coisa que raramente faz. Você me disse, hoje mais cedo, que me amava e sei que era verdade. Saber se vocês tinham namorado era a única dúvida que eu tinha, a única coisa que impedia o meu ídolo do quadribol de voltar ao posto dele.
_ Eu fiquei com medo. – a garota disse num sussurro.
_ Medo de mim?
_ Medo de você ter uma recaída, o Rony amadurecido sumir e o trasgo ciumento reaparecer. – falou com um sorriso tímido nos lábios.
_ Eu posso ter amadurecido, mas ainda sinto ciúmes de você. – o ruivo acariciava gentilmente seus cabelos. – Só procurei me controlar, por isso vim para cá e soquei as minhas almofadas.
_ As almofadas? – ela olhava as almofadas intactas sobre a cama.
_ Nada como um bom feitiço de reparo, não acha?
_ Você é incrível, sabia? – disse abraçando-o.
_ E eu não mereço nenhuma recompensa por ser tão incrível? – ele se aproximou ainda mais.
_ Ron… – o beijo começou meigo, apenas um roçar de lábios, contudo aos poucos, foi se tornando mais urgente, e quando perceberam já estavam deitados na cama entregues à paixão, que tentavam a todo custo controlar.
~~~~~~
Enquanto os dois namorados se entendiam, a senhora Weasley, muito contrariada, preparava o jantar com a ajuda de Gina que aturava suas reclamações. Logo o senhor Weasley, Gui e Fleur já estavam de volta de seus trabalhos e todos estavam conversando em volta da mesa da cozinha.
_ Fleur, tia Muriel já enviou a grinalda. Você gostaria de vê-la agora?
_ É melhorr non, merci. Deixa parra depois, se non Gui poderrá espiar, oui. –falou dadndo uma piscadela para o noivo.
_ E os vestidos, mãe, já providenciaram?
_ Sim, querido, mas como Fleur mesmo lembrou, não adianta ficar curioso que você só verá como ela estará linda no dia de seu casamento.
Gui riu e respondeu:
_ Eu tentei. Não posso ser culpado por tentar, não é?
_ Molly, podemos jantar?
_ Não Arthur, estamos esperando o sr. Ronald e a srta. Hermione, que estão lá em cima SOZINHOS conversando, e que a Ginevra se recusa a chamá-los. – todos sorriram
_ Eu já te falei, mãe. Eles tinham que conversar sobre aquela carta. – Gina falou impaciente.
_ Que carta? – perguntou o senhor Weasley.
_ Hermione recebeu hoje uma carta do Víctor Krum. E Rony morre de ciúmes dessa amizade eles. E eu já falei pra mamãe que não precisa se preocupar tanto com eles dois, porque a Mione sabe o que tem que fazer.
_ Como assim, Gina, a Mione sabe o que tem que fazer?
_ Ah, mãe! A senhora entendeu. A sua preocupação de deixar os dois sozinhos, paixão, guerra, um novo Gui… – apontou para o irmão mais velho no outro lado da mesa.
_ Commam? Um neuve Gui? Je non entendi? – perguntou Fleur enquanto Gui não conseguia conter o riso e falava em meio às gargalhadas.
_ Então é isso, mãe? Você está preocupada que o Roniquinho imite a senhora e o papai?
_ Não brinque, Gui. A preocupação da sua mãe é séria. Aqueles dois vivem em constante luta, junto com Harry, contra Você-Sabe-Quem, e isso pode levá-los a tomar decisões precipitadas.
_ É isso mesmo, meu filho. Isso não é motivo para brincadeiras.
_ Desculpa senhorra Weasley, porram je ainda non entendi.
Gina olhou a futura cunhada e respondeu com um sorriso maroto brincando em seus lábios.
_ Mamãe e papai têm medo de que Rony e Hermione, por causa da guerra, decidam precipitar determinadas coisas e por isso comecem uma nova geração de Weasleys, assim como eles fizeram na última guerra.
_ É isso, amor. Podemos dizer que eu cheguei mais cedo do que o esperado.
_ Ah! Oui, já entendi. – Fleur ficou encabulada e baixou a vista para observar melhor a toalha da mesa.
_ E você senhorita Ginevra, ainda não me respondeu. O que você quis dizer?
_ Bom, é que… a Mione aprendeu muitos feitiços que não foram ensinados nas aulas, sabem como ela é, né… Então ela sabe o que fazer… bem…na hora certa, é isso. – Gina havia ficado com o rosto tão vermelho quanto seus cabelos.
_ E como você tem certeza disso? – disse a senhora Weasley com um olhar que impedia os filhos de mentirem.
_ É que eu…bem…perguntei pra ela…se ela conhecia… – agora a mais nova dos Weasley falava praticamente num sussurro, olhando para os próprios pés.
_ GINEVRA MOLLY WEASLEY, POR QUE VOCÊ QUERIA SABER ESSE TIPO DE FEITIÇO? – agora era Arthur quem estava gritando, vermelho como um tomate, enquanto Molly empalidecera e sentara, boquiaberta de frente para a filha.
_ Calma! Eu só queria saber. Não usei. Eu só acho que tem certos feitiços que todos têm que aprender antes de precisar usar. É isso.
_ Mãe, a Gina tem razão. Esses feitiços não podem ser aprendidos quando já não são mais necessários, ou em cima da hora, não é? Isso só mostra o quanto a minha irmã é inteligente e responsável. – Gui falava com os pais de uma forma séria e Gina agradecia mentalmente por isso.
Ela sabia que ele era um irmão que a tratava como uma garota normal e não como uma criança, mas não esperava o apoio dele nesse tipo de assunto. Apesar das fisionomias sérias, a discussão não continuou, pois ouviram o casal descendo as escadas, e a senhora Weasley tratou logo de servir o jantar.

6. A Surpresa



Os dias atarefados passaram rapidamente e logo chegou o dia de Hermione ir para casa. Depois de uma longa despedida, Rony viu a garota desaparecer pela lareira, não sem antes prometer dar notícias diariamente.
Quando julho começou encontrou a Toca na expectativa do casamento de Gui. Com a cerimônia marcada para o dia dez, Fleur retornou à França para os últimos preparativos e pediu para Gina acompanhá-la. O senhor e a senhora Weasley concordaram que seria bom para a ruiva uma mudança de ares, talvez assim ela se animasse um pouco.
Rony estava em seu quarto, no meio de livros, quando ouviu seu pai lhe chamando da porta.
_ O que houve, pai? Está tudo bem?
_Está, filho. Eu só vim avisar que Harry já sabe que iremos buscá-lo na sexta-feira pela manhã.
_ Daqui a três dias, legal! Mas eu podia ter enviado uma carta pela Píchi…
_ Não, Rony. E se a coruja fosse interceptada?
_ É mesmo. Eu não pensei nisso, desculpe. Mas como avisaram então?
_ Pela vizinha dele que é membro da Ordem. – completou o senhor Weasley.
_ É mesmo, tinha esquecido. Ah, e não precisa se preocupar, que eu não vou avisar a data pra Mione. – falou recebendo um sorriso do pai.
_ Certo, filho. Mas… posso perguntar uma coisa? – falou evidentemente intrigado. – O que você está fazendo com todos esses livros?
O garoto olhou ao seu redor e percebeu que realmente para quem o conhecesse, a cena era por demais improvável. Ele estava com pelo menos seis livros abertos e haviam anotações por todos os cantos, vários pergaminhos estavam caídos no chão, e alguns pingos de tinta podiam ser vistos manchando sua cama. Realmente ele estava se parecendo mais com a Hermione do que com ele mesmo. Sorriu e explicou ao pai.
_ Estou revendo alguns feitiços que podem vir a serem úteis. Não posso ajudar o Harry se estiver despreparado, não é mesmo?
Arthur já havia reparado que seu filho tinha mudado desde que voltara de Hogwarts, mas vê-lo ali, se dedicando a ajudar um amigo, o deixou extremamente orgulhoso e feliz. Com a face ruborizada pela emoção caminhou até Rony, o abraçou e disse.
_ Meu filho, eu sei que você irá estar sempre do lado do Harry. Mesmo que tentasse impedir, você vai ajudá-lo nesse caminho difícil que ele tem que seguir. Essa sua lealdade nos deixa muito orgulhosos, e estaremos sempre aqui para ajudá-los no que precisarem.
_ Obrigado, pai. Isso é muito importante pra mim. – falou o rapaz com lágrimas nos olhos depois de ouvir as palavras paternas.
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Desde que a senhora Figg lhe avisara, nesta manhã, sobre a data de sua ida para a Toca, Harry não conseguia mais se concentrar. Nas últimas duas semanas ele estivera tão focado em aprender as informações que se encontravam nos livros que McGonagall lhe dera que tinha certeza que assim que pudesse treinar aqueles feitiços, os faria com total perfeição, pelo menos esperava. Mas agora sua mente só pensava numa família ruiva. A sua verdadeira família. Sentia falta de seus amigos, do amor materno que encontrava na senhora Weasley, mas principalmente sentia falta de Gina. Não via a hora de poder vê-la. Ainda não sabia se ela iria perdoá-lo e nem mesmo se estar junto a ela era mesmo uma boa idéia, mas ficar longe também não estava resolvendo. Tinham que conversar e resolver essa situação… Ele precisava falar com alguém… Era nessas horas que mais sentia falta de Sirius. Não podia conversar certas coisas com a senhora Figg, imagine então falar com seus tios ou com Duda sobre a sua paixão adolescente sendo ameaçada pelo retorno de Voldemort. O melhor a fazer era arrumar suas coisas e depois tomar um banho para refrescar o corpo e a mente, e assim tentar retomar a leitura dos livros.
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Hermione levantou cedo naquela sexta-feira. Estava ansiosa para rever Rony. Nunca dez dias custaram tanto a passar. Logo se arrumou, tomou café, despediu-se dos pais, pegou sua bolsa de viagem e aparatou para a Toca. Assim que chegou bateu na porta e foi logo atendida por Molly que já estava terminando de pôr a mesa do café.
_ Hermione querida. Chegou cedo. – dizia enquanto envolvia a jovem num apertado abraço.
_ Oi sra. Weasley. É eu pensei em chegar cedo para ajudar. – falou enrubescendo.
_ Claro, entendo. Então me faça um favor e vá acordar o Rony, porque daqui a pouco O Harry vai chegar. – as palavras sérias contrastavam com a piscadela e o sorriso maroto nos lábios da senhora.
A morena subiu as escadas num instante e logo estava parada à porta do quarto do namorado. Respirou fundo e entrou. Ao ver o ruivo dormindo, sentiu seu coração bater mais forte. Sentou-se na cama e começou a acariciar os cabelos ruivos que tanto gostava.
Rony podia jurar que estava sentindo o perfume de Hermione, mas aquela sensação era forte demais para ser real. Abriu os olhos e pôde admirar o belo olhar que ela lhe dava. Sem pensar cerrou novamente os olhos e puxou-a para que se deitasse ao seu lado. Beijou-a profundamente várias vezes até que, enquanto suas mãos passeavam pelo corpo da garota, falou.
_ Esse é o melhor sonho que tive com você nesses últimos dias…
_ É o melhor… porque… é real…Estou aqui…agora… – as palavras saiam com certa dificuldade por causa do desejo incontido.
O ruivo concordou e observou-a com paixão no mesmo instante em que a acomodava embaixo de si e retirava a camisa do pijama.
_ Promete me acordar assim sempre que puder? – sussurrou no ouvido dela.
Ao ver e sentir os músculos dele, Mione só conseguiu assentir antes de puxá-lo par mais um beijo ardente.
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Harry tinha demorado muito a pegar no sono na noite anterior. Estava ansioso demais com a sua ida para a Toca. Conseqüentemente dormira mais do que pretendera. Sua mente ainda chacoalhava por causa dos gritos de sua tia ao acordá-lo para preparar o café. Duda estava de volta e por isso o tratamento a ele dispensado passava de invisível para elfo doméstico. Quando já havia sentado à mesa e abocanhado um pedaço de panqueca, ouviu a campainha tocar e a ordem do tio para que fosse atender. Enfiou o restante da panqueca na boca, (mais para evitar que o primo a comesse do que para imitar seu amigo Rony) e foi atender a porta.
_ Bodia. Qudseja? – falou ainda mastigando para uma senhora sisuda, de óculos quadrados que parecia estar fazendo uma pesquisa.
_ Bom dia. – um leve sorriso apareceu nos lábios da mulher que piscou e disse. – E aí, Harry, beleza?
_ Tonks ?! – o garoto a olhava abismado.
_ Posso entrar ou não? – ela afora ria e ele poder reconhecê-la mesmo sob outra aparência.
_ Claro, entra. Você veio me buscar? – ela confirmou. –Vou pegar minhas coisas…
_ Você não vai levar muita coisa, né? Porque nós vamos aparatar. –falou para o garoto que já subia as escadas enquanto entrava na casa dos Dursley e sentava-se numa poltrona, ignorando a dona da casa que a fuzilava com o olhar. – Ah! Tinha me esquecido de cumprimentá-los. Bom dia sr e sra. Dursley. – A auror fez um aceno com a cabeça e logo após voltava a ter o rosto em forma de coração e seus cabelos ganhavam novamente a cor rosa-chiclete, o que provocou um verdadeiro surto nos tios de Harry.
_ O que está fazendo aqui, sua…sua… – tio Valter parecia que estava virando um tomate de tão vermelho.
_ Metamorfomaga. É isso que eu sou. E uma auror também. E amiga de Harry, e adulta, o que vocês sabem, me dá o direito de fazer magia onde e quando quiser. Tia Petúnia conteu um gemido, Duda correu para o quintal e tio Valter empalidecera de tal forma que agora se parecia com o Pirraça. – Podem ficar tranqüilos que eu só vim mesmo buscar seu sobrinho para o casamento, não vou me demorar.
Graças à Merlim, tinha tido a idéia de arrumar suas coisas e separar a roupa com que viajaria no dia anterior. Soltou Edwiges da gaiola e pediu que fosse encontrá-lo na Toca. A coruja deu uma bicada leve em seu dedo, agradecida por ter sido solta antes do previsto e saiu pela janela, sumindo nas nuvens. O jovem então se arrumou rapidamente, pegou sua bagagem e foi encontrar a bruxa que o esperava na sala.
Quando Tonks viu a mala que Harry levava não pôde deixar de indagar.
_ Você sabe que só vai ficar lá uns três dias, não sabe?
_ Er… sei sim, é que tem a roupa pro casamento e algumas coisas para o Rony. – falou encabulado olhando para a mala que até que não estava tão pesada quanto parecia.
_ Então vamos. Pegue no meu braço. – e se virando para os Dursley. – Tchau para todos.
Harry olhou para os tios, murmurou um singelo “volto na segunda” e aparatou de carona com a amiga. No instante seguinte já podia sentir a diferença. Se o ambiente até segundos atrás lhe era opressor, agora, mesmo de olhos fechados, sentia uma paz que só os lugares acolhedores transmitem. Abriu os olhos, viu a casa de seus amigos e sorriu. Praticamente correu para entrar na Toca. A senhora Weasley abriu a porta da cozinha e veio logo dando seu típico abraço de mãe. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, como se ele fosse um filho que retornava à casa depois de muito tempo. O rapaz deixou-se ficar naquele carinho que tanto o agradava, pois realmente se sentia um pouco filho dela também.
_ Oh querido. Sentimos tanta saudade. Como você está? Tem se alimentado? Você está abatido…
_ Oi para a senhora também, sra. Weasley. Também estava com saudades de tudo e de todos aqui.
_ Claro, claro. Venha vamos tomar um café. – falou puxando-o para que se sentasse. – Você também, Tonks, venha.
_ Até parece que eu poderia recusar a sua comida, Molly.
Enquanto se servia de bolo e suco de abóbora, Harry percebeu a falta do barulho usual da casa.
_ Onde estão todos?
_ Arthur está no Ministério, Gui já foi para a França, os gêmeos agora moram em cima da loja e só aparecem no fim de semana e Rony ainda está no quarto.
_ E… – respirou fundo. – …e a Gina?
_ Ah! Bem a Gina foi para a França junto com a Fleur no início do mês. – a senhora olhou com uma expressão desconsolada para ele. – Eu sinto muito por vocês dois.
Ele apenas abaixou a cabeça, tentando engolir o bolo que agora mais parecia feito pelo Hagrid. Percebendo o clima pesado que começava a surgir, Tonks resolveu mudar a conversa para um assunto mais ameno.
_ E aí, Molly, tudo pronto para o casamento amanhã?
_ Eu acho que sim. Espero chegar amanhã e não descobrir que os Delacour esqueceram de providenciar alguma coisa para a festa.
_ Fale a verdade, Molly, você queria era ter ficado responsável pela festa e não deixar nada por conta deles.
A senhora ficou levemente vermelha e confirmou envergonhada.
_ É, eu confesso. Mas é o casamento do meu filho mais velho, o que vocês queriam? – os três não conseguiram conter o riso provocado pela declaração.
_ Bom, onde eu coloco as minhas coisas, sra. Weasley? – o rapaz já havia comido e decidiu subir.
_ Você vai ficar no quarto que era dos gêmeos, é claro. Ele é seu agora, meu querido, sinta-se em casa. – o garoto ficou feliz e sorriu.
_ Obrigado. Eu sempre me sinto em casa quando estou aqui.
Subiu as escadas e chegou ao mesmo quarto em que ficara nas últimas férias. Viu que ele agora, sem nenhuma caixa de geminialidades, parecia aconchegante, mesmo que modestamente arrumado. Em cima da cama entre algumas almofadas havia uma com um grande H bordado e na mesa de cabeceira um porta-retrato mostrava uma foto dele durante uma partida de quadribol. Colocou a mala no chão e viu Edwiges empoleirada sobre o armário.
_ Você já sabia que eu ia ficar aqui, não é? – a coruja respondeu com um pio.
Vencendo a vontade de deitar na cama confortável, resolveu acordar o amigo, tinha muitas coisas para contar a ele. Subiu até o quarto do ruivo e bateu na porta apenas uma vez antes de entrar chamando-o.
_ Acorda, Rony. Já… – as palavras morreram na sua garganta ao ver o amigo e Hermione deitados juntos, entrelaçados num beijo que por pouco não virava algo mais.
Ao ouvirem a voz de Harry, o casal se soltou bruscamente e olharam o rapaz parado à porta de olhos arregalados e incapaz de pronunciar alguma palavra, ao mesmo tempo em que ficava escarlate.
_ Harry. – a garota aparentemente tinha restabelecido a sanidade mais rápido. – Er… você já chegou.
_ Vocês… eu… eu falo com vocês… er… depois, tá bom. – o moreno falou e voltou para o seu quarto ainda surpreso.
Quando já ia entrando ouviu a senhora Weasley lhe chamando do pé da escada.
_ Harry, eu esqueci de te dizer que a Hermione já chegou e está lá em cima com o Rony. – o garoto só conseguiu pensar no atraso daquela informação.
Entrou no quarto e deitou-se na cama cobrindo a cabeça com o travesseiro. Então essa era a novidade que eles falaram na carta. Harry sabia que mais hora menos hora isso ia acontecer, era óbvio. Só não esperava pegá-los no maior amasso.
Depois de um tempo ouviu batidas na porta e esta se abriu no momento em que ele se sentava na cama, para ver os amigos entrando ainda um pouco envergonhados.
_ Então essa era a novidade, hein? – não resistiu à provocação, depois continuou sério, levantando-se. – Desculpem ter interrompido, mas a sra Weasley não tinha me avisado que Mione já estava aqui.
_ Ta tudo bem, Harry. A gente queria contar pessoalmente. – Hermione falou e aproximou-se para abraçá-lo. – Estávamos com saudades. Como você está?
_ É cara, sem problemas. – o ruivo também o abraçou e rindo completou. – Agora, só não faça isso novamente, senão o “cara-de-cobra” não terá mais ninguém para perseguir.
Os amigos caíram na risada e logo todo o constrangimento sumiu.
_ Agora vamos tomar café que eu estou faminto.
_ Grande novidade. Eu tomei quando cheguei, então vou ficar aqui arrumando minhas coisas. Só não demorem porque tenho novidades também. – o moreno falou já começando a tirar suas coisas de dentro da mala.
_ Eu te ajudo, Harry. De repente, assim, o Rony resolve comer mais rápido.
_ Você não vai descer comigo?
_ Não. Eu também já tomei café.
_ Nem pra me fazer companhia?
_ Rony, eu estava com você até agora!
_ Você vai ficar aqui com o Harry?
_ Vou. Por quê? Está com ciúmes?
_ Por Merlim, ciúmes do Harry?
_ Ei voc̻s dois. Pensei que quando finalmente se entendessem iam para de brigar. Mas estou vendo que me enganei. РHarry falava tentando a todo custo ṇo rir da cena.
_ Ta. Eu vou lá, comer alguma coisa, e volto logo para podermos colocar a conversa em dia. – o ruivo se deu por vencido. – Mas fique sabendo, caro amigo, que agora o melhor das brigas é fazer as pazes. – e saiu depois de dar um grande beijo na namorada.
Depois de recuperar o fôlego, a garota perguntou:
_ Agora me diz… como você está?
_ Não tão bem quanto vocês, mas…
_ Ah, Harry. Por favor já bastaram os gêmeos implicando com a gente.
_ Quer dizer que está todo mundo sabendo, menos eu. – ele sorria abertamente.
_ Eu já falei que nós queríamos contar pessoalmente. – falou corada.
_ Eu sei. Estou brincando. – se aproximou da amiga e a abraçou. – Estou muito feliz por vocês dois. Agora me dê um pouquinho de felicidade também e me diga… – soltou-a e foi para perto da janela. – como está Gina?
_ Bem. Na medida do possível está bem.
_ Ahm… – olhou para a paisagem lá fora.
_ Como você queria que ela estivesse?
_ Sinceramente, Mione, eu não sei. Eu só sei que estava louco para vê-la e poder conversar com ela.
_ Você quer voltar a namorá-la? – perguntou enquanto dobrava as roupas que ele colocara sobre a cama.
_ Não… sim… não sei. Eu pensei bastante e vi que o motivo que eu dei para me separar dela foi estúpido realmente. Mas não queria que ela ficasse presa a uma pessoa que não sabe se estará vivo amanhã.
_ Harry! Não fale assim.
_ Mas é assim que é. Ao mesmo tempo que eu quero ficar com ela, eu sei que tenho outras prioridades agora… Acabar com Voldemort vem antes de poder ser feliz ao lado dela.
_ Ela sabe disso. Precisava ver quando ela contou pra família que vocês tinham terminado. Os gêmeos queriam acabar com você, mas ela enfrentou-os na frente de todos.
_ Por Merlim. Além de tudo, agora tenho que me preocupar com os irmãos dela querendo a minha cabeça ? – encarou-a preocupado.
_ Não seu bobo. Ela fez todos entenderem que você tem mais coisas para se preocupar…
_ Demorei? – Rony interrompeu entrando ainda segurando algumas torradas.
_ Isso foi ci̼me ou curiosidade? Рperguntou o amigo.
_ Curiosidade. Sobre o que vocês estavam conversando? – o ruivo sentou na cama e encostou-se na parede.
_ Gina. – a garota foi sentar junto ao namorado que a enlaçou trazendo-a para junto de si.
_ Ainda bem que não perdi nenhuma novidade.
_ Eu estava esperando você voltar para perguntar.
_ Você é maravilhosa, sabia? – os jovens já estavam no meio de um beijo quando escutaram.
_ Eu ainda estou aqui, sabiam? – Harry olhava o casal sentado sobre a cômoda. – Se vocês puderem se desgrudar um segundo eu posso contar sobre uma visita que recebi.
O casal se desgrudou, e juntos disseram: _ Pode falar!
O resto do dia eles passaram conversando. Harry contou sobre a visita de McGonagall, do apoio da Ordem da Fênix, da carta de Dumbledore, dos livros que tinha recebido (imediatamente Hermione fez questão de vê-los e Harry tirou-os do fundo da mala) e também da volta deles para Hogwarts, notícia que deixou Mione extasiada e Rony aliviado, já que não precisaria mais enfrentar seus pais para sair da escola.
_ Quer dizer que agora todos da Ordem já sabem sobre as horcruxes? – o ruivo indagou.
_ Acho que sim.
_ Isso vai realmente ser útil, porque assim a gente não se desgasta tanto. Com a Ordem ajudando a descobrir onde estão e o que são as horcruxes, nós podemos nos preparar melhor. – Hermione falava com os olhos brilhando.
_ É também acho. Foi por isso mesmo que ela me deu os livros, pra que eu possa me preparar. Só que eu só posso treinar depois do meu aniversário.
_ Até lá você podia deixar esses livros comigo, porque eu treinei os que tinham nos livros daqui de casa, e quero ver agora feitiços novos. – Rony falava enquanto folheava um dos livros.
_ Deixe-me ouvir direito. Você, Ronald Weasley, que divide o dormitório comigo há 6 anos, está falando que treinou feitiços nas férias?
_ O que você esperava, sr. “Eu-tenho-a-responsabilidade-sobre-o-futuro-do-mundo-mágico”? Que enquanto você enfrentasse o Voldemort eu ficasse olhando?
Harry não sabia o que mais tinha lhe surpreendido: se foi ver Rony estudando feitiços ou falando o nome do Lord das Trevas sem tremer. Visivelmente impressionado falou para o amigo.
_ Não sei o que a Hermione está fazendo com você, só espero que ela não pare nunca mais!
O garoto não conseguiu ver qual dos dois amigos foi, só sentiu almofadas o atingirem assim que terminou de falar. E pela quantidade, teve certeza que mais da metade havia sido conjurada.

7. O Casamento




Ele detestava aquela sensação de puxão no umbigo. A chegada do restante da família Weasley, na casa dos Delacour, para o casamento, foi feita por chave de portal, que como disse o sr. Weasley antes de partirem, eram mais eficientes em viagens de longa distância.
Assim que eles pisaram em chão firme Harry tentou, em vão, avistar Gina, pois queria conversar logo com ela. Foram recebidos pelo pai de Fleur que levou os rapazes a um grande aposento para que pudessem se arrumar e em seguida mostrou a sra Weasley e Hermione o quarto onde as mulheres também estavam se trocando.
Haviam acordado cedo, mas tiveram que esperar os gêmeos chegarem, e estes haviam se atrasado na loja, o que havia deixado Molly e Mione desesperadas pelo pouco tempo que teriam para fazer os feitiços de maquiagem e penteados.
Assim que Fred e George, que por sinal estavam tratando Harry com uma frieza que este imaginava ser por causa do seu rompimento com Gina, saíram do quarto deixando este e Rony terminando se de vestir, o moreno perguntou:
_ Será que a sua irmã vai me perdoar?
_ Ela sabe que você fez aquilo que achou certo. – o ruivo terminou de ajeitar o cabelo e encarou o amigo. – Ela entende tudo que você passou e que ainda vai passar, mas…
_ Mas… o quê?
_ Conhecendo a minha irmã como eu conheço, eu acho você deveria se preparar, pois o orgulho e a teimosia típicas dos Weasley vão falar mais alto.
_ Isso era para me deixar animado? – os olhos verdes exibiam uma preocupação genuína.
_ Isso, é para você ver que não vai ser fácil, mas é possível. – e empurrando o amigo pelos ombros, desceram para o local onde a cerimônia ia se realizar.
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Quando os primeiros acordes de uma música suave chegaram aos ouvidos de Harry ele se virou, assim como todos que estavam presentes, para ver a entrada da noiva, mas sua atenção era somente para a ruiva que vinha à frente num lindo vestido levemente dourado que caia muito bem em seu corpo e usava um delicado enfeite de flores na cabeça, fazendo com que o conhecido mostro que habitava as entranhas do rapaz rugisse raivosamente.
“Um passo na frente do outro. Só isso. Não precisa se preocupar, Gina! É só caminhar. Não olhe para os lados. Não! Não veja aqueles olhos esmeralda te observando. Vire a cabeça para o outro lado e sorria para sua tia Griselda e seu tio Urich. Isso… NÃO! Ginevra Weasley, pare agora de buscar a imagem dos cabelos negros e rebeldes dele pelo canto dos olhos! Por Merlim ele não desgruda a vista de mim. Eu devo estar mais vermelha que o normal.” Gina tentava em vão se concentrar na sua tarefa de servir de dama de honra de Fleur junto com Gabrielle. Contudo desde o momento que pisara no tapete que levava ao altar, ela só conseguia pensar nele. Hermione já tinha avisado que ele queria falar com ela e se isso tivesse acontecido alguns anos antes, provavelmente ela teria corrido na mesma hora para atendê-lo, mas ela havia amadurecido e agora conseguia se controlar. É obvio que ela ainda queria sair correndo dali e se aninhar nos braços dele, sentir o sabor de seus beijos, mas ela não ia fazê-lo. Pelo menos não enquanto ele não tivesse sofrido um pouquinho de saudades dela.
Durante toda cerimônia Harry percebeu que Gina evitava encará-lo. Seus olhares se encontraram durante alguns segundos nos quais ela corara levemente, e tinha certeza que ele também. Agora estava ali naquela fila, que se movia tão devagar quanto uma tartaruga manca, para parabenizar os noivos, e não sabia mais onde ela estava.
Depois do que pareceu uma eternidade, ouviu Hermione, que estava à sua frente junto com Rony, cumprimentar Fleur e Gui, e depois este cumprimentá-lo:
_ Harry! Que bom que pôde vir. – o mais velho dos rapazes Weasley ostentava um enorme sorriso ao abraçá-lo.
_ É… bom… felicidades para vocês.
_ Árry, mon cher, merci. – Fleur deu dois beijos estalados na bochecha do rapaz antes de soltá-lo.
Após cumprimentar os noivos, Harry foi se juntar aos amigos que estavam sentados em uma das muitas mesas colocadas no jardim, mas foi forçado a parar primeiro na que se encontravam alguns membros da Ordem da Fênix.
_ Potter, venha cá um minuto. – a voz de Olho-Tonto Moody não escondia um certo grau de exasperação.
_ Alastor, isso não é hora, nem lugar. – McGonagall resolveu se adiantar ao auror. – Olá Harry, como está?
_ Boa tarde a todos. – Harry pôde notar que Lupin e Tonks, sentados ao lado de Moody, pareciam ter se acertado. – Estou bem melhor diretora. Obrigado. O que deseja, professor Moody?
_ Eu já falei que nunca fui professor, Potter. A professora Minerva nos contou sobre o objeto que você e Dumbledore encontraram, eu gostaria de vê-lo e também queria que relatasse todo o ocorrido …
_ Alastor! Eu já avisei. Esse assunto será tratado em outra ocasião. – A nova diretora silenciou o ex-auror com a mesma rigidez com que tratava seus alunos. – Potter, assim que você sair da casa de seus tios, nós marcaremos uma reunião para que todos possamos avaliar corretamente essa situação. Por hora vá se divertir.
_ Claro, tudo bem.
Apesar das palavras sensatas de McGonagall, as lembranças duramente deixadas de lado, assolaram a mente do rapaz que foi andando desanimado ao encontro dos amigos que já estavam acomodados em uma mesa junto com os gêmeos.
_ O que eles queriam, Harry? – perguntou Hermione.
_ O de sempre. Tirar o meu sossego. – falou sério encarando o chão. – Não quero falar sobre isso agora, quero tentar aproveitar a festa.
_ Olá pessoal.
A voz de Gina soou à sua frente e Harry imediatamente sentiu seu corpo vibrar. Ele ergueu a cabeça e admirou-a. Como ela estava linda! Ela abraçou os irmãos e Hermione, e o moreno pensou se ela iria ignorá-lo como ele fizera na estação, mas para a sua surpresa ela se aproximou e repetiu o mesmo gesto com ele.
_ Como vai, Harry? – perguntou ligeiramente ruborizada.
_ Bem… quero dizer, não… – ele simplesmente não sabia o que dizer à ela.
_ Eu queria apresentá-los aos primos de Fleur. – falou a ruiva enquanto se soltava do abraço. – Essa aqui é Michele e esse é seu irmão Michel. – apontou para dois jovens loiros provavelmente da mesma idade dos gêmeos. – Eles estudam em Beauxbatons. Ah, e a Gabrielle todos vocês já conheceram, não é?
Harry pôde observar que a irmã de Fleur havia crescido e estava cada vez mais parecida com ela, e seus primos também não negavam sua ascendência veela. Depois das apresentações e cumprimentos, todos se sentaram e para desapontamento do rapaz quem ficou ao seu lado foi Gabrielle e não Gina. Enquanto as comidas eram servidas ele podia ouvir a francesa tagarelando ao seu lado, porém sua atenção ia toda para a animada conversa entre a ruiva e Michel. Quando os dois se levantaram e saíram, Harry engasgou e sentiu o monstro dentro de si urrando de ódio.
_ Para onde eles foram?
_ Calma, Harry. Eles foram dançar só isso. – disse Rony segurando-o pelo braço que já apertava fortemente a varinha.
_ É cara! O que você queria? Que ela ficasse pra sempre te esperando? – Fred não resistiu a tentação de alfinetá-lo.
_ Quem mandou dar um fora nela, ex-cunhadinho? – completou George.
O moreno sentiu seu estômago cair e de vermelha, sua face subitamente ficou pálida. Era isso. Ela não iria perdoá-lo. Ele a perdera. Todos na mesa olhavam para ele esperando por alguma reação, que não veio. Olhou o casal que dançava juntinho, a uma certa distância de onde eles estavam e percebeu o quanto queria estar no lugar do francês. Antes que as lágrimas, que teimavam em se formar, caíssem, levantou e deu uma desculpa qualquer para sair dali.
_ Eu… eu vou pegar uma bebida pra mim. – disse ignorando a aproximação de um garçom com uma bandeja repleta de copos e taças cheias e saindo apressado.
_ Vou com você. – Rony falou o seguindo.
_ Não precisa.
_ Eu sei que você não quer companhia, mas eu vou ficar do seu lado mesmo assim. – o amigo apoiou o braço em seu ombro. – Se acalma, cara. Eles não têm nada. Não liga pro que os gêmeos falaram. Foi tudo pra te irritar.
_ Mas eles estão certos. – chegaram onde estavam as bebidas e pegaram umas garrafas de cerveja amanteigada. – Você viu como ela me tratou?
_ Ué. Ela te tratou bem. Até te abraçou. – começaram a andar em torno da pista de dança.
_ Pois é. Por isso mesmo. Ela me tratou do mesmo modo que tratou os outros. Foi como se ela não se importasse…
_ Eu falei que não ia ser fácil. Só não esperava que você fosse desistir tão rápido. – o ruivo falava calmamente.
_ Como assim? – Harry parou subitamente encarando o amigo.
_ Não é óbvio? Ciúmes, meu caro Harry. Ciúmes.
_ Você está me dizendo que ela quer me fazer sentir ciúmes, é isso?
_ E eu que pensava que era tapado. – o moreno ergueu uma sobrancelha. – Merlim, como você vai salvar o mundo bruxo se não consegue nem perceber que a minha querida irmãzinha, apesar de estar dançando com o veela-macho, não parou de olhar pra cá? – Rony abria um sorriso cada vez maior à medida que falava. – Ela está fazendo isso pra mostrar o que você pode perder se continuar insistindo nessa besteira.
_ E ela conseguiu. Eu realmente percebi. – olhou mais uma vez para o casal que agora dançava abraçado uma música lenta, pensou e tomou uma decisão. – Já sei o que vou fazer. – virou para o amigo e abriu um discreto sorriso maroto. – Obrigado pelo toque, cunhado. – e saiu rumo ao casal na pista.
Gina tentava se concentrar na dança. Havia pisado nos pés de Michel umas duas ou três vezes, pois ficara tentando ver Harry enquanto dançava. O francês, que percebera o motivo de sua desatenção, tinha feito com que ela ficasse de costas para harry e tentava a todo custo fazer com que a ruiva lhe desse uma chance. Eles se conheceram assim que ela chegou à França, e desde então não parava de tentar conquistá-la. Mesmo quando tinha contado sobre seu relacionamento com o “Menino-que-sobreviveu”, o loiro não se importara, dizendo que a faria esquecer dele num instante. No início Gina achou engraçado, mas agora estava ficando cansativo. Ainda bem que voltaria para a Toca no dia seguinte.
_ Voncê non está ecutando moi? Nes pá?
_ Oh, desculpe Michel. Eu me distrai.
_ Com licença. Desculpe interromper, mas será que eu poderia dançar com ela agora?
Os dois pararam de dançar no mesmo instante. Gina mal podia acreditar que Harry havia tomado tal atitude. Michel muito a contragosto soltou a garota e lançou ao moreno um olhar que o fez lembrar do episódio da briga das veelas com os leprechauns na Copa Mundial de Quadribol. Sem hesitar puxou a garota contra si para dançarem. E na mesa Fred e George iniciaram mais uma rodada de apostas sobre de que forma terminariam a dança se sozinhos ou como um casal.
Gina procurou não se apavorar. – Calma menina! – Dizia a si mesma. – Não alimente esperanças, ele só está com sentimento de posse, ou então te mostrando que ainda podem ser amigos. Isso! Amigos. Merlim, como ele está lindo! Controle-se Ginevra Molly Weasley. Você é ou não uma grifinória? Então! Trate de agir como uma pessoa normal, e nem pense em fugir dele como fazia antigamente. Você mudou: cresceu, apareceu, ele te beijou, te dispensou… tá essa não é uma lembrança encorajadora… Como eu falei que ia agir? TRESTÁLIOS SANGRENTOS! Alguém faz esses olhos verdes saírem de cima de mim, porque senão eu não consigo me controlar! E eu ainda quero pensar… não consigo nem lembrar do nome dos meus irmãos, quanto mais pensar. Deixa-me tentar: Gui… Carlinhos… Fred… Rony… eu sei que tá faltando gente, porque meus pais tiveram tantos filhos… Morgana das Fadas! Lembrei. Eu disse pra mim mesma que ia ser amiga, companheira e ia dar a ele o tempo que ele precisasse. Agora respira… isso. Mais uma vez… muito bom. Agora fala com ele, normalmente. E pra constar, sua cabeça de fósforo: Percy e George também são seus irmãos…
_ Obrigada por me salvar. – ela falou com as orelhas coradas.
_ Salvar?
_ É eu já não agüentava mais a conversa do Michel… – pronto já conseguia conversar com ele sem gaguejar.
_ Ele estava te incomodando? – ela sentiu a mão dele apertá-la um pouco mais forte.
_ Não, digamos que ele não está acostumado a ter que insistir tanto. – ela falou rindo.
_ Ele está a fim de você? – ela assentiu e baixou o olhar.
_ Não importa, não é mesmo? – ele pôde perceber o orgulho típico dos Weasley presente nas poucas palavras.
_ Você está linda… – ela não respondeu, apenas encarou-o.
Ficaram em silêncio durante alguns momentos, somente absorvendo as sensações, até que ela retomou a conversa.
_ Como você tem passado, lá com seus tios?
_ Normal. Eles me ignoram e eu faço o que eles mandam. – Harry tomou coragem e tentou mais uma vez. – Gi, eu queria te dizer que…
_ Agora não, Harry, por favor. – os olhos castanhos suplicavam. – Se você quiser, quando voltarmos a gente conversa, tá bom?
_ Tá, se você prefere assim… – ele falou desanimado. Bem que Rony avisou que não ia ser fácil.
_ É melhor. – se ele fosse terminar com as esperanças dela, pelo menos que fosse num lugar em que ela pudesse “sumir” para chorar sossegada. Recuperando um pouco o controle, continuou. – Eu posso pedir um favor?
_ Claro.
_ A Gabrielle. – o olhar dele demonstrou incompreensão. – Dança com ela. Ela falou nisso o tempo todo desde que cheguei aqui.
_ Gina, eu…
_ Por favor. Dança só uma música com ela. – ela olhou-o diretamente nos olhos. –Acho… que ela também gosta de você…
_ E voc̻ ṇo se importa? Рela ficou vermelha.
_ Eu não tenho mais direito de me importar. – Ele a abraçou ainda mais e ela pôde sentir seu perfume inebriando-a.
Como sentia falta dela. Como ela conseguia ser assim, sempre tão forte, colocando os outros à sua frente nas prioridades, todas as vezes.
_ Eu danço, se você quiser. Mas só porque você está pedindo. – ela sorriu.
_ Então vamos lá pra mesa, aí você chama ela. – eles pararam de dançar, mas ainda demoraram algum tempo até se soltarem.
Voltaram à mesa onde em seguida Harry cumpriu sua promessa e convidou uma embevecida Gabrielle para dançar, sob os olhares de incompreensão de Rony e Hermione, e pelos sorrisos declarados dos gêmeos, que no final haviam ganhado todas as apostas.
Quando retornaram à noite para a Toca, estavam todos exaustos mas felizes. Haviam se divertido muito. Hermione conseguira convencer Rony a dançar com ela e depois este, encorajado possivelmente por meia dúzia de cervejas amanteigadas, não parecia querer parar mais. As meninas praticamente se degladiaram para ver quem conseguia pegar o buquet, mas este caiu caprichosamente nas mãos de Tonks, que nem ao menos havia saído da mesa (Harry pareceu ter visto Lupin apontar a própria varinha discretamente para o enfeite neste momento, mas não podia ter total certeza). E agora Molly, que tratava tanto a auror quanto o ex-professor como se fossem da família, estava empolgada ante a possibilidade de preparar mais um casamento.