quinta-feira, 25 de outubro de 2012

19. Hogwarts


Já estavam no meio do trem quando Sirius achou uma cabine que lhe agradasse e todos entraram, menos Rony e Hermione que apenas deixaram seus malões indo em seguida para a cabine dos monitores e Lupin e Tonks que foram verificar o restante do trem, como ele mesmo esclareceu, todo cuidado era pouco nesses tempos. Quando a estação de King’s Cross foi sendo deixada para trás, Harry pôde verificar que em Londres a influência dos dementadores ainda podia ser sentida e a neblina ainda se fazia presente em pleno verão. Instintivamente abraçou Gina e segurando seu rosto beijou-a, o que lhe deu a sensação de ter comido algumas barras de chocolate, mas logo foi interrompido por um som digno da ex-professora Umbridge.
_ Hem… hem… – Gui estava sentado de frente para o casal. – Acho bom não se esquecerem que eu ficarei de olho em vocês e que também conheço as passagens secretas daquele castelo, senhor Potter.
Gina ia responder ao irmão, mas foi interrompida pela gargalhada de Sirius.
_ Meu caro, Gui. Eu não queria estar na sua pele, se esse aí tiver herdado o lado maroto do pai, o que pela quantidade de confusões que se meteu desde que entrou na escola parece confirmar. Eu lembro de todas as confusões que o James armava para poder ficar com a Lilly.
Com o clima descontraído pela conversa amena que se ouvia naquela cabine, a viagem que imaginara, seria deprimente, foi de longe uma das mais tranqüilas que Harry já teve, talvez pelo fato de naquela vez não ter nenhum Malfoy para irritá-lo.
_ Falando nisso, vi pouquíssimos alunos da Sonserina no trem. – rony que havia retornado à cabine alguns minutos antes do carrinho de comida passar, agora estava sentado no chão, entre os bancos, comendo um bolo de caldeirão.
_ Na verdade, o trem está quieto demais. – Hermione que chegara depois do namorado, lanchava sentada no colo do namorado, ignorando a testa franzida e as reclamações de Gui para a cena e os gestos obscenos com que Rony o respondia. – É obvio que eu esperava que não houvesse tanto tumulto, mas também essa calmaria toda me assusta um pouco.
_ Eram os sonserinos. – Luna falou como se explicasse tudo.
_ Ahm? РSirius, que ainda ṇo se habituara ao jeito da corvinal, ficou extremamente confuso.
_ Ela quer dizer que eram os sonserinos que causavam todo aquele tumulto. – Neville respondeu, fazendo com que os outros ficassem realmente impressionados com a capacidade que ele adquiriu em compreender a namorada.
Quando finalmente chegaram na estação de Hogsmead, ao cair da tarde, uma sensação esquisita se apoderou de todos. Era estranho estar de volta e saber que Dumbledore não estaria lá para recepcioná-los. Contendo o nó que começava a se formar em sua garganta, harry passou por Hagrid, cumprimentando-o com um aceno, enquanto ele gritava pelos alunos do primeiro ano, que esse ano pareceram a Harry ainda mais baixinhos do que no ano anterior.
Subiu numa das carruagens junto com Gina, Lupin, Tonks e Sirius, tomando o cuidado para não ficar encarando os trestálios, pois não sabia se ao ver mais uma morte eles se mostrariam ainda mais impressionantes, enquanto Rony, hermione, Luna, Neville, Gui e Fleur embarcaram em outra. Chegando em frente ao castelo, os membros da Ordem da Fênix informaram que estariam se revezando na segurança dos alunos auxiliando os aurores do Ministério, o que permitiria manterem contato mais freqüente.
Despediram-se e harry procurou conter o rubor que insistia em invadir sua face ao ouvir a última recomendação que Sirius fez em seu ouvido:
_ Não esqueça de pedir para a Sala Precisa um lugar bem romântico e também uma garrafa de vinho dos elfos ou de hidromel.
No momento em que pôs os pés no Salão Principal, Harry procurou se concentrar apenas em andar até o canto mais afastado à esquerda do salão, na mesa da Grifinória. Não queria ver os olhares dos outros alunos que o observavam atentos, nem a figura imponente de Minerva McGonagall sentada na cadeira central da mesa dos professores, onde tantas vezes vira o antigo diretor Alvo Dumbledore. Era uma dor quase física estar novamente ali e não poder ver nem escutar os gracejos do velho sábio, parecia que algo estava extremamente errado naquela cena. Imerso em seus sombrios sentimentos, o “Eleito” nem percebeu quando o professor Flitwich entrou com o chapéu seletor e ordenou a entrada dos alunos do primeiro ano, nem mesmo quando o chapéu mágico cantou uma harmoniosa canção falando de dor e recomeço, luta e união, amizade e desafio. Somente quando Gina, sentada ao seu lado, o abraçou, ele recomeçou a ouvir o mundo a sua volta e a voz esganiçada do pequeno mestre de feitiços chamando “Jeffrey Thamey”, Rony resmungando “Agora só faltam dois”, o chapéu exclamando alto “Lufa-lufa” e Gina sussurrando em seu ouvido:
_ Está tudo bem? – ele baixou os olhos para a mesa.
_ Não. Eu sinto como se ele fosse entrar a qualquer momento no Salão…
_ Eu sei… parece que tem algo errado, não é?
Ele confirmou e olhou-a. Aquela garota era realmente incrível. Chegava a ser ao mesmo tempo reconfortante e assustador o modo como ela o compreendia. Abraçou-a apertado e beijou-lhe o cabelo ruivo, enquanto Rony exclamava ao ouvir Peter Valer ser encaminhado para a Corvinal:
_ Ainda bem. Meu estômago está roncando!
_ Francamente, Rony. Nem demorou tanto dessa vez. РHermione ralhava com o namorado do mesmo jeito que fizera nos ̼ltimos anos.
Dando por encerrada a cerimônia de seleção, a nova diretora iniciou o banquete, que continuava maravilhoso como sempre. Harry até se conteve no início, realmente seu estado de espírito não o fazia sentir fome, mas o cheiro irresistível dos pratos ao seu redor, praticamente o forçara a comer e depois de algum tempo até de dispôs a conversar com os colegas a sua volta.
_ É melhor tomar cuidado, Rony. – Hermione falava num tom raivoso.
_ Cuidado com o quê, Mione?
_ A sua comida vai acabar caindo, de tanto que olham para cá. – ela já estava irritada com o olhar insistente de Lilá para o ruivo.
_ Ahm, a Lilá. – depois de perceber os olhares da ex-namorada ele sorriu. – Liga não. Eu já contei pra ela que a gente tá namorando.
_ E quando foi isso, posso saber? РHarry e Gina se entreolharam, ia come̤ar mais uma das discuss̵es.
_ Foi no dia do teste de aparatação. Não te contei?
_ Não, Ronald. Acho que você se esqueceu de me dizer que tinha encontrado com essa… garota.
_ Se eu esqueci foi porque não era importante, não acha, Hermione?
_ Franca… – a morena já ia responder quando foi calada por um beijo de Rony.
_ Posso dar a discusṣo por encerrada? РHarry perguntava ir̫nico. РPorque ter voc̻s se agarrando na minha frente, me tira o apetite.
_ Hahaha, muito engraçado, Potter. Você fica aí tirando uma com a minha cara, e nem percebe certas pessoas secando a minha irmã.
_ Rony. – Gina e Hermione gritaram ao mesmo tempo.
_ Quer calar essa sua boca grande? – a ruiva falou entre os dentes.
Harry estreitou os olhos e discretamente percorreu o salão com os olhos, até que percebeu a cara amarrada de Dino, que evidentemente abaixara rápido o olhar para seu prato, e Simas que trazia estampado no rosto um sorriso amarelo. Colocou o sorriso mais cínico que conseguiu em seu rosto e cumprimentou-os:
_ Olá Simas, Dino. Como foram as férias?
_ Normal. – respondeu Simas enquanto Dino Thomas apenas grunhiu algo como “horrível”.
Depois de cumprimentar seus colegas de quarto, virou-se e imitando Rony, deu um beijo apaixonado em Gina, que só terminou quando sentiu um chute da ruiva em sua canela.
_ Ui, Gi. Que foi?
_ Que idéia foi essa? Tá querendo se mostrar, agora?
_ Calma, ruiva. Eu praticamente fiz um favor pra ele. Assim ele não mantém nenhuma esperança de voltar com você.
_ Ele já sabe que a gente voltou a namorar, Harry! – falou ríspida.
_ Como assim? Quem contou pra ele?
_ Eu, Harry. Eu contei pra ele.
_ Quando? Рagora era Harry quem estava s̩rio.
_ Durante as férias. Ele me escreveu.
_Quer dizer que você ficou trocando cartinhas com o Thomas durante o verão?
_ Ele me escreveu uma vez, para saber como eu estava, se precisava de ajuda, essas coisas.
_ Ele queria era te consolar e tentar voltar com você.
_ Quer parar com essa besteira!
_ Então agora…
_ Gina, por que voc̻ ṇo faz como eu? Beija logo o Harry e acaba com essa briga. Рinterrompeu Rony, entediado.
_ Primeiro porque eu não sou você, Roniquinho. E segundo porque é bom pra vocês terem a noção do que a gente passava com as discussões de vocês.
_ Sil̻ncio, a McGonagall vai falar. РHermione interrompeu.
Assim que a nova diretora ficou de pé, logo após as sobremesas desaparecerem, deixando as mesas vazias e limpas, o salão principal foi ficando silencioso. Todos aguardavam o discurso que iniciaria uma nova época em Hogwarts. Uma época pós Dumbledore. Harry e Gina se entreolharam, numa promessa mútua de continuarem aquela discussão depois e em seguida prestaram atenção nas palavras da senhora.
_ Muito boa noite. Estamos começando mais um ano letivo em Hogwarts. Mas por diversos motivos este ano será excepcionalmente diferente dos demais. Para uns será a primeira vez que freqüentarão esse castelo, para outros porque será o último ano, mas para todos nós: alunos, professores e funcionários (o fantasma de frei Gorducho fez um muxoxo na mesa da Lufa-lufa), ah sim, e fantasmas, o mais marcante será a falta do nosso querido e estimado diretor, Alvo Dumbledore. Para honrar para sempre a memória desse extraordinário bruxo, peço a todos que não permitam que as trevas dominem seus corações e seus lares, seja aqui em Hogwarts ou nas suas casas. – a diretora emocionada, parou um pouco e procurando deixar a voz mais firme ante a visão dos rostos tristes e em muitos casos banhados de lágrimas dos alunos, continuou. – Tenho aqui alguns recados para todos vocês. Primeiro quero apresentar a todos o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas: Gui Weasley. (alguns suspiros foram ouvidos por todo o salão e Harry se conteve para não rir ao imaginar o que Fleur faria se soubesse) Ele também passara a ser o diretor da casa Grifinória. – a mesa vermelha e dourada explodiu em palmas e assovios. – Também devo informar, para aqueles que ainda não souberam, que a professora de adivinhação Sibila Trelawney, infelizmente foi assassinada durante o período das férias. (Lilá e Parvati deram um gritinho assustado e muitos outros alunos cochichavam a respeito da notícia) Portanto o professor Firenze passará a ministrar as aulas de adivinhação para todas as séries. Continuando, os alunos que iriam fazer os NOM’s em junho passado, terão duas semanas de intensa revisão, para completarem os exames em seguida. – houve um murmúrio de desagrado. – E por último, o nosso zelador, senhor Filch, pede para lembrar a todos que a Floresta Proibida tem esse nome justamente porque não é permitida a entrada dos alunos lá, apesar de alguns de vocês insistirem em achar que não. – o olhar de McGonagall pousou diretamente sobre o “Trio”. – E também que a lista de objetos confiscáveis aumentou e está fixada no mural ao lado da sala dele. – ela deu uma pausa. – Por hoje é só. Estão dispensados e tenham uma boa noite de sono.
Rony e Hermione, como monitores, logo guiavam os alunos do primeiro ano pelas escadas que levavam à torre da grifinória. Neville foi se despedir de Luna, arrancando olhares surpresos e curiosos de muitos alunos de todas as casas. Harry e Gina também se levantaram e se encaminharam para a saída, a ruiva alguns passos na frente de Harry. Mas quando este a viu sendo cumprimentada pelos amigos um pouco mais à frente, inclusive por um sorridente Dino Thomas, o moreno se apressou e ao chegar ao lado dela segurou firme em sua mão e murmurou em seu ouvido:
_ Me desculpe.
Gina que já estava preparada para uma cena, se desarmou com a atitude do namorado e com um largo sorriso se despediu dos amigos, puxando o namorado para uma passagem secreta que havia atrás da tapeçaria de Serguei o Louco no terceiro andar.
_ Isso significa que você me perdoou? – perguntou Harry com um sorriso tímido.
_ Eu perdoei quando você me dispensou, não ia perdoar quando você quis mostrar para todos que estamos juntos? Até porque assim a Romilda Vance também perde as esperanças…
_ Ah, então você brigou comigo, mas também se sentiu beneficiada…
Enquanto falava, o rapaz a encostava na parede de pedra, vendo-a corar. Assim que seus olhos se encontraram e estavam tão próximos que pareciam um só, não conseguiram mais raciocinar e beijaram-se esquecendo de tudo e de todos. Ao ouvirem alguns passos no corredor próximo, algum tempo depois, o casal decidiu que era melhor irem para o salão comunal, antes que o zelador os encontrasse, ou pior, Gui os flagrasse namorando daquele jeito
——
Depois de verificar seu horário naquela manhã, Harry não pôde discordar com Rony quando este disse que aquele era o ano dos sonhos deles. Como só assistiam a aulas de cinco matérias, elas ficaram com seus tempos tão espaçados no horário que tinha dias que só teriam uma aula na parte da tarde ou da manhã, menos Hermione que fazia mais matérias que eles. E mesmo Hermione lembrando que era ano de NIEM’s e que teriam que usar todo tempo livre para estudar, ele imaginou que não poderia ser pior que o quinto ano. Dando um selinho em Gina que já saia apressada para a sua primeira semana de revisões, voltou a comer suas torradas calmamente. Até que para quem não queria voltar à escola, estava se sentindo bem demais. Viu quando Hermione deu um beijo rápido em Rony e rumou para a aula de aritmância, ouvindo o ruivo brincar:
_ Fica tranqüila, Mione. Nós só vamos ficar aqui, descansando um pouco esperando você.
Riu com o amigo e depois de tomar o restante do suco de abóbora se dirigindo ao salão comunal, quando foi abordado por Gui.
_ Depois das aulas eu quero que vá até a minha sala.
_ Algum problema?
_ Não. Mas temos que encaixar no seu horário os treinamentos e também o quadribol. – o cunhado continuou, agora muito baixo. – A diretora quer que a taça não saia da Grifinória.
Harry estava perplexo.
_ Com essa guerra toda, ela está preocupada com a taça de quadribol?
_ Bom, ela quer que os alunos procurem se preocupar o mínimo com o que está acontecendo lá fora…
_ Isso não está certo!
_Olha, talvez eu concorde com você em parte, mas depois a gente discute isso, agora eu tenho que ir.
Rony que até então observava Harry calado, apressou-se a acalmá-lo.
_ Relaxa, cara. – o moreno o olhou como se visse um ser de outro planeta.
_ Só eu que estou achando estranha essa… inversão de valores?
_ Ei, eu só disse para você relaxar e esperar. Depois você conversa com Gui a respeito disso e aí vocês chegam num acordo.
Assim os dois foram para o salão comunal, onde Rony convenceu Harry a jogarem uma partida de xadrez, enquanto aguardavam a hora de irem para a primeira aula. Depois do moreno ter irritado o amigo com suas reclamações sobre ter coisas mais importantes que o quadribol, durante as duas partidas que jogaram, o ruivo desistiu, alegando que Harry não estava se concentrando. Pegou o seu material e informou que ia se encontrar com Hermione na saída da aula dela, com cara de poucos amigos. Resignado, Harry pegou o próprio material e caminhou até a estufa número cinco onde assistiriam a primeira aula de Herbologia.
A manhã que não prometia nada de bom, acabou se tornando uma grata surpresa. Que Neville era um excelente aluno de Herbologia, não era novidade, mas vê-lo confiante e eficiente (incrivelmente ele não havia quebrado nem derrubado nada.), era de certa forma gratificante e Harry tinha suas suspeitas de quem seria a responsável por essa mudança. Com o humor melhorando na medida que se aproximava o horário do almoço, deixou rapidamente seu material no dormitório e foi se sentar numa poltrona próxima à lareira a espera de que Gina entrasse pelo buraco do retrato.
_ Juro que se você olhar mais uma vez para esse relógio, eu vou te dar um murro. – Rony falou exasperado, enquanto abraçava Hermione.
_ Não enche.
_ Por que você não vai esperá-la na saída da aula? – Hermione perguntou sem tirar os olhos do livro de aritmância que precisava ler até a próxima aula.
_ Porque eu não sei que aula ela está tendo, não é óbvio? – disse irritado.
_ Cara, às vezes eu me surpreendo com a sua burrice. – Harry se limitou a fazer um gesto rude com a mão. – Três palavras: mapa do maroto.
Imediatamente o moreno subiu para o dormitório do sétimo ano para pegar o mapa no fundo do malão, resmungando algo que soou para Rony como “droga, como eu não pensei nisso antes”, o que fez o ruivo rir divertido.
_ Silêncio, Ron, está me atrapalhando.
Hermione falava enquanto se aconchegava mais nos braços do namorado. Era tão melhor estudar assim, só precisava fazer com que Rony ficasse em silêncio. Mas antes que conseguisse ler mais uma linha, sentiu o livro sendo tirado de suas mãos e viu o rapaz com um olhar maroto.
_ Me devolve o livro, Ronald.
_ Só devolvo se você me der um beijo. E não vale selinho, tem que ser um beijo decente.
_ Se voc̻ quer um beijo decente, ok. Рela deu um suave beijo no rosto do ruivo, e depois sussurrou em seu ouvido. РMas eu prefiro os beijos indecentes.
Quando harry desceu as escadas, poucos minutos depois, para ir encontrar Gina na saída da aula de feitiços, procurou não prestar atenção à cena de Rony e Hermione entrelaçados no sofá, o livro de aritmância esquecido no chão.
——-
Gina estava saindo da aula do professor Flitwich junto com Luna, quando sentiu alguém a puxando. Reconhecendo o perfume do namorado, falou um simples “tchau Luna”, antes de seus lábios serem capturados pelos de Harry.
_ Oi. – ele falou depois de alguns minutos.
_ Oi. – ela respondeu, as orelhas ficando levemente vermelhas.
_ Por que você ficou assim… envergonhada? – ele sorriu apaixonado.
_ É que, bem… tá todo mundo olhando. – Harry olhou em volta e percebeu que pelo menos metade dos alunos da Grifinória e da Corvinal que assistiram à aula de feitiços, os observavam curiosos. Decidido a não se importar quando chamava atenção por algo que o fazia feliz, deu mais um beijo em Gina, fazendo seu rubor aumentar e perguntou enquanto pegava a mochila dela e colocava no próprio ombro.
_ E daí? – puxou-a para irem almoçar, caminhando de mãos dadas até o salão principal, onde encontrou Rony e Hermione sentados lado a lado almoçando.
Gina encheu sem demora o prato e começou a comer, praticamente engolindo a comida sem mastigar, fazendo com que o “trio maravilha” parasse de comer para olhá-la.
_ Vai com calma, tem comida suficiente, Gininha. – resmungou Rony.
_ Eu tenho que me apressar. Marquei com Luna para estudarmos na biblioteca.
_ Mas eu pensei… – Harry começou a falar, mas foi interrompido pela ruiva.
_ Desculpa, amor, mas essa revisão para os NOM’s mal começou e já está me deixando maluca.
_ Tudo bem. Рo moreno sorriu dando um beijo no rosto da namorada. РEu vou com voc̻.
_ Ṇo acho que seja uma boa id̩ia, Harry. РHermione falou cautelosa.
_ E eu posso saber o por qu̻, Hermione? Рele perguntou s̩rio.
_ Por que ela vai estudar. – disse como se explicasse a coisa mais óbvia do mundo. – E você vai atrapalhá-la.
_ Ṇo imagino como. Рreclamou indignado.
Na realidade Harry imaginava como. Ele sabia exatamente o que gostaria de fazer com Gina enquanto ela estivesse estudando na biblioteca. Talvez começasse fazendo com que ela se aconchegasse em seus braços enquanto lia algum livro chato sobre feitiços, do mesmo jeito que Rony tinha feito mais cedo com Hermione, depois acariciaria seus braços e a beijaria naquele ponto próximo à nuca que fazia com que ela ficasse ofegante… Mas se a Madame Pince por acaso reclamasse (e nesse ponto ele teve que admitir que era a hipótese mais provável), ele apenas a abraçaria e talvez, entre um capítulo e outro, ele conseguisse roubar um beijo.
_ Infelizmente eu vou ter que concordar com a Mione, Harry. РGina olhou-o com um brilho nos olhos que dizia claramente que ela provavelmente havia imaginado o mesmo que ele, continuou. РEu ia acabar me distraindo. Mas isso acaba daqui a tr̻s semanas.
_ Humpf… Mas os finais de semana são meus!
_ Eu vou ter aula nos sábados pela manhã até começarem os exames… – falou calmamente, enquanto Harry ficava cada vez mais irritado.
_ Nos sábados?! – ele falou alto o suficiente para que várias cabeças no salão virassem para olhá-lo. – Desse jeito eu vou ter que fazer o quê para beijar você? Marcar hora?
_ Ei, mais respeito, Potter. – ralhou Rony.
_ Você deu um jeito hoje, não deu?
_ Então é isso? Eu vou ter que correr a cada final de aula para ver você e quem sabe poder abraçá-la enquanto não começa a próxima aula?
_ Esqueceu dos horários das refeições…
_ Que você vai engolir o mais rápido possível para ir para a biblioteca…
_ E os domingos à tarde…
_ O que aconteceu como sábado à tarde e o domingo de manhã? O Rony comeu de sobremesa?
_ Ei, me tirem dessa história! – o ruivo falou exaltado.
_ Trabalho de casa, amor. – Gina continuou pacientemente, ignorando os comentários do irmão.
_ Mas…
_ Harry. São apenas três semanas, não três anos. Além do mais você vai me ver sempre, e ainda está no ano dos NIEM’s. – ela deu um sorriso para Hermione. – Mas depois eu compenso você, ok?
_ Ei, não gostei desse lance de compensar. Ginevra você não se atreva a compensar nada com esse quatro olhos, ouviu bem. – o ruivo falava ríspido.
_ Cala a boca, Rony. РHermione falou calmamente, dando tapinhas condescendentes na ṃo do namorado.
_ Nós estamos falando dos seus horários, não dos meus. – Harry falou emburrado ignorando completamente a bronca do amigo. Gina apenas riu e puxou-o pelas vestes dando um longo beijo que fez com que Rony virasse o rosto para o lado para não ver.
_ Eu espero você na saída da aula de Poções para me levar até a sala da McGonagall, ok? – sorriu matreira.
_ Então eu te espero na frente da sala de Transfiguração, porque agora eu tenho aula dupla lá. – murmurou derrotado.
_ Combinado. Agora eu vou indo, pois a Luna também já terminou.
Harry pôde ver Luna se desvencilhando de um também inconformado Neville e teve a certeza de que as próximas semanas seriam um verdadeiro teste para seu autocontrole e paciência. Pelo menos ele teve a sorte do ano letivo começar numa quarta-feira, o que o levava a crer que ela não poderia ter tanto trabalho para fazer no final de semana quanto supunha.
Quando sábado chegou, Harry teve que admitir que se enganara redondamente. Não só Gina tinha trabalho suficiente para fazer três pessoas ficarem ocupadas, como ele também tinha alguns deveres a mais do que o esperado. Slughorn pediu que descrevessem os diversos usos possíveis da Poção do Sono em no mínimo setenta centímetros de pergaminho, Gui mandara-os pesquisar e explicar pelo menos cinco tipos de feitiços atordoantes e seus respectivos contra-feitiços, e McGonagall pedira que treinassem transfiguração humana, o que explicava a barba grisalha espessa em seu rosto.
No momento em que finalmente terminou sua dissertação de Poções e mais nenhum pelo adornava sua face, Harry se deixou sentar ao lado de Gina na poltrona, enquanto ela terminava sua redação sobre a “Guerra dos Duendes”, para o professor Binns.
_ Voc̻ ṇo vai parar para descansar? Рos olhos verdes estavam tristes como os de um cachorro abandonado.
_ Espera só eu terminar esse parágrafo. É o último. – falou enquanto concluía sua descrição sobre as conseqüências da batalha. – Pronto.
_ Até que enfim! Vamos dar uma volta nos jardins?
_ Meia hora, depois eu tenho que voltar para terminar a tonelada de trabalho que ainda falta. – ele sorriu.
_ Boa id̩ia, Harry. Mione, voc̻ ṇo quer parar um pouco tamb̩m, ṇo? Рo olhar da morena foi fulminante.
_ Eu vou parar daqui a cinco minutos, quando formos para a reunião dos monitores.
_ Droga, eu tinha esquecido. – ele parecia desgostoso. – Mas você não vai demorar, não é? Quer dizer… você É a monitora chefe, não pode fazer tipo… uma reunião relâmpago… e daí… a gente pode… – na medida que ia falando o ruivo tinha a certeza de que não poderia contar com Hermione para apressar uma reunião. Ela nunca iria negligenciar seus deveres. – Tá, eu calo a minha boca. – disse num muxoxo.
_ Eu nem falei nada.
_ Mas pensou que eu sei. – pelo olhar surpreso de Hermione, Rony tinha acertado em cheio.
——-
Rony estava totalmente concentrado. Não na reunião que se desenrolava à sua frente entre os monitores das casas, mas sim em contar quantas vezes ainda Ernesto MacMillan se dirigiria a Hermione com aquele sorriso besta e tocando em seu braço. Será que o idiota não sabia que ela tinha namorado? E que o mesmo estava a um pulo de voar em seu pescoço? Mexeu-se desconfortavelmente na cadeira quando o monitor da Lufa-lufa aparentemente fez algum comentário engraçado e Hermione riu. Aparentemente, porque ele não conseguira ouvir nenhuma palavra desde que se sentara ao redor daquela mesa e a reunião começara. Procurou lembrar se haveria algum problema em azará-lo por debaixo da mesa, sem que ninguém visse. Chegou a apertar fortemente a varinha dentro do bolso das vestes, antes de refletir que inevitavelmente Hermione iria descobrir que fora ele. Ele não conseguia mentir para ela.
Quando finalmente a reunião terminou (de que valia saber quantos pontos cada casa ganhara ou perdera nesses primeiros três dias, ou quantos casais foram flagrados no corujal, afinal?), Rony permaneceu sentado, atento aos movimentos do “inimigo”. Como ele se atrevia a se despedir de Hermione com um beijo? Tudo bem que foi no rosto, mas precisava ter demorado tanto? Meio segundo seria mais do que suficiente. Precisava pegar na mão dela? Por que ela estava sorrindo? Esse cara não tem medo do perigo não? Foi içado do poço de ciúmes em que se encontrava pela voz de Hermione que perguntava:
_ Vai ficar aí a noite inteira, Rony?
_ Por qu̻? Estou te atrasando para alguma coisa? Рela olhou-o confusa, reparando enfim no rosto vermelho e na expresṣo carregada do namorado.
_ O que houve, Ron?
_ O que houve? O que houve? – ele levantou num rompante e cruzou o espaço entre a mesa e a porta onde Hermione ainda estava parada. – UM LUFA-LUFA ABUSADO É O QUE HOUVE! – bradou furioso.
_ Rony… – começou a morena com um sorriso se formando nos lábios. – …do que você está falando?
_ Aquele… cara, estava flertando com você! Na minha frente!
_ Quem… Ernesto?
_ Ah, ̩ Ernesto agora? Рpuxou a namorada para dentro da sala e fechou a porta.
_ Francamente, Rony. Você está com ciúmes? – ela sentou sobre a mesa, encarando-o com um brilho estranho que parecia de felicidade nos olhos.
_ É claro que eu estou com ciúmes! Aquelezinho fica aí, na minha frente, cheio de sorrisos para você e não perdendo nenhuma chance de tocá-la… – ele andava, nervoso, de um lado para o outro.
_ Você reparou nisso tudo?
_ Hum, hum… – ele parou de frente para ela e levantou uma sobrancelha. – Tanto que pude contar quantos dentes ele tem na boca, tentando adivinhar quantos eu seria capaz de quebrar com um soco.
_ Ah, Rony! – ela agora sorria manhosa e puxou-o para perto de si. – Eu te amo, sabia?
_ Ahm? Рagora era ele que ṇo entendia nada.
_ Você assim todo ciumento é tão… bem… – ela ficou corada.
_ Sou tão?
_ Bonitinho. Рele enla̤ou-a pela cintura e perguntou em seu ouvido.
_ Bonitinho?
_ E… sexy…
_ Desse elogio eu gostei.
No instante seguinte, já esquecidos do motivo da discussão, Rony e Hermione se empenhavam em descobrir quanto tempo conseguiriam ficar se beijando antes de precisarem se separar em busca de ar, enquanto retiravam o excesso de vestes sobre eles.
——-
Harry procurou aproveitar bem aquele tempo sozinho com Gina, pois sabia que ela inda tinha muito que estudar e ele não se perdoaria se a senhora Weasley brigasse com a garota por ter recebido menos NOM’s que os gêmeos, se bem que ele achava meio impossível que isso pudesse de fato acontecer. Sentou-se com ela sob a faia próxima ao lago, a princípio conversando amenidades, mas depois de um tempo somente namorando.
Nunca imaginou que algum dia fosse pensar assim, mas não via a hora de deixar Hogwarts, nem que fosse só por alguns dias, como nos feriados. A ausência de Dumbledore ainda se fazia perceber (e ele não imaginou realmente que algum dia pudesse esquecer), e isso o deixava entristecido e angustiado. Somente Gina o fazia superar ao menos um pouco esse sentimento. Quando estava com a ruiva ele se sentia melhor, como se nada importasse mais do que beijá-la. Mas desde que retornaram não tiveram tempo de ficar sozinhos, por conta das muitas aulas e deveres que ela recebia nas revisões.
_ Vamos entrar? Já deve estar na hora do jantar. – ela falou se desvencilhando dele e levantando.
_ Já? Mas acabamos de chegar. – falou decepcionado.
_ Harry, eu disse que seria só por meia hora e a gente já está aqui há duas horas!
_ Enṭo, foi o que eu disse. Рele tamb̩m se levantou. РAh, Gi. Eu estou com saudades.
_ Harry James Potter. Eu estou com fome e ainda tenho muitos trabalhos para fazer.
_ Tá certo. Merlin, a gente não pode nem mais querer ficar com a namorada sossegado…
_ Vai passar rápido, você vai ver. – ela sorriu e começaram a caminhar de volta para o castelo. – Mas para você ficar mais contente a gente pode combinar uma coisa.
_ O quê?
_ A cada trabalho que eu terminar, tiro quinze minutos só pra gente.
_ Trinta.
_ Vinte e nem um minuto a mais. E na sala comunal, nem pensar em jardim, sala vazia ou sala precisa.
_ Mas…
_ Assim eu consigo controlar mais o tempo. É pegar ou largar.
_ Tá certo, né. Melhor que nada. Mas a capa da invisibilidade pode? – chegaram na mesa da grifinória onde o jantar já estava sendo servido.
_ Vamos ver.
_ Ok. – observou o salão e perguntou. – Será que Rony e Hermione ainda estão na reunião?
Gina vasculhou o salão com os olhos e respondeu antes de pegar a travessa com empadão.
_ Acho que não, os outros monitores estão todos aqui.
Uma súbita compreensão de onde poderiam estar os dois, os fez ficarem com as faces avermelhadas praticamente ao mesmo tempo.
_ Certo, eu não quero pensar sobre isso.
_ Nem eu! Já basta o que eu vi.
_ O que você… bem… viu?
_ Eu não vi, vi, realmente… foi num dos treinamentos de oclumência… a Hermione deixou escapar.
_ Ah, sim. A Hermione me contou que não conseguiu conter essa lembrança.
_ Enṭo voc̻ sabe qual eu estou falando? Рeles falavam baixo para que mais ningu̩m escutasse.
_ Eu soube antes de você. – ele levantou uma sobrancelha. – Ela… bem… me contou logo depois que aconteceu, assim que vocês chegaram. Mas eu… bem… não quis saber de todos os detalhes.
_ Oh, sim. Eu também não. Quando percebi o que era eu parei na hora…
_ Ora, ora. O que voc̻s dois esṭo conversando para ficarem assim? Рa voz de Sirius se fez presente, fazendo-os levantar a cabe̤a assustados.
_ Sirius, que susto!
_ Nossa, eu pensei que fosse ficar feliz em me ver.
_ E fiquei, mas o que você está fazendo aqui?
_ Segurança extra. E vocês, o que tanto cochichavam.
_ Nada. – Harry respondeu ao mesmo tempo em que Gina dizia.
_ Rony e Mione.
_ Certo, certo. Aqueles dois demoraram a se entender, mas tamb̩m quando se acertaram ṇo perderam tempo, ṇo ̩? Рos dois jovens se entreolharam e assentiram voltando a comer.
Depois de alguns minutos em que Sirius recitava a lista de recomendações que Molly enviara para Rony e Gina, a ruiva se levantou dizendo que ia voltar para a torre da Grifinória para terminar mais alguns trabalhos e que era para Harry aproveitar o tempo para colocar a conversa em dia com Sirius. Quando os cabelos flamejantes já não eram mais vistos do salão, o moreno deu um longo suspiro, abandonando de vez a colher com a qual comera a sobremesa no prato e voltando-se para o padrinho, flagrando-o com uma expressão irônica.
_ O que foi?
_ Você está com cara de criança, quando não deixam comer mais biscoito.
_ Muito engra̤ado. Рfalou azedo.
_ Também acho. Já que você terminou o jantar vamos dar uma volta pra eu poder te contar as novidades.
Cerca de uma hora depois, Harry entrava no salão comunal, ansioso para ver se Gina já tinha terminado algum dever e poder aproveitar seus vinte minutos com ela. Encontrou-a sentada na sua mesa preferida, com vários livros à sua volta, junto com anotações que ele reconheceu como sendo de Hermione, tentando traduzir algumas runas junto com Colin Creevey.
Acalmando suas entranhas que no momento estavam se roendo de ciúmes da proximidade de Gina com o outro grifinório, procurou agir normalmente e manter um sorriso satisfeito ao sentar do lado dela e puxá-la para um leve beijo.
_ Já acabou?
_ Ainda ṇo. Falta um peda̤o dessa tradṳ̣o de Runas Antigas. Рela apontou para o texto quase completo a sua frente. РE fazer os deveres de Astronomia, Po̵̤es, Transfigura̤̣o e Defesa Contra as Artes das Trevas.
_ Mas você não pretende fazer tudo hoje, pretende?
_ Pelo menos o de DCAT e Poções, além desse que já está no final.
_ Eu não quero atrapalhar essa interessante conversa… – Colin falou irritado. – … mas Gina, a gente tem que terminar logo isso. E eu já achei a palavra que faltava, quer dizer combate.
_ Certo, obrigada Colin. Agora a frase faz sentido.
Gina recomeçou a escrever em seu pergaminho deixando de lado um Harry ainda bastante surpreso com o modo rude com que o rapaz, que sempre o venerara, acabara de falar. Ele esperava, ou melhor seu monstro particular, que esta atitude tivesse fundamento no estresse pelos exames e não em um interesse por Gina.
—–
Após fazerem uma visita a Dobby, já que tinham perdido o jantar, Rony e Hermione entraram no salão comunal e encontraram Harry adormecido na poltrona ao lado da mesa em que Gina e Colin ainda faziam seus trabalhos, com bichento enroscado preguiçosamente em seu colo. Aproximaram-se devagar, contendo o riso que a cena inevitavelmente provocava.
_ Boa noite. – Hermione falou enquanto se acomodava com Rony no sofá. – Falta muito ainda?
_ Oi. – respondeu Gina. Colin apenas olhou-os. – Eu estou terminando o último por hoje. Amanhã eu continuo. E não adianta fazer essa cara, Colin. Eu nem ia fazer esse de Astronomia, só fiz porque …
_ Porque o Harry está dormindo.
_ Isso mesmo. O que fez com que adiantássemos mais esse trabalho, então não reclama.
_ Quer dizer que ele está aí esperando há muito tempo? – Rony perguntou.
_ Hum, hum. Ele chegou quando eu estava terminando uma tradução de Runas, mas antes que eu acabasse ele já estava cochilando.
_ E isso foi?
_ Não sei. Eu subi logo após o jantar, mas Harry ficou lá embaixo com Sirius, depois que ele chegou eu fiz os trabalhos de Runas, Poções e DCAT, que eram a minha meta. Mas aproveitei para adiantar o de Astronomia já que ele já estava aí dormindo.
_ Sirius está aqui?
_ Está ajudando na segurança. – a ruiva levantou os olhos do mapa estelar que estava completando e sorriu inocente para o casal no sofá. – Ele perguntou por vocês.
O casal corou imediatamente, mas foi salvo de ter que se explicar por Colin, que pediu silêncio. Gina tinha uma expressão no rosto que fazia com que parecesse que tinha ganhado um presente realmente bom. Bichento acabou acordando com a conversa e quando pulou do colo de Harry para se enroscar junto de Rony e Hermione, o moreno acabou despertando. Piscou várias vezes até perceber onde estava e o que estava acontecendo à sua volta.
_ Já acabou, Gi? – Harry falava enquanto massageava o próprio pescoço, que se encontrava bastante dolorido.
_ Falta só eu encontrar Marte e Júpiter, amor.
_ Você não estava fazendo tradução de runas? – ele perguntou confuso, agora percebendo os amigos acomodados no sofá. – Ué, quando vocês chegaram?
_ Chegamos na exata hora em que voc̻ babava na poltrona. РRony respondeu rindo. Fazendo o amigo verificar se o que ele falava tinha realmente acontecido.
_ Por que você não vai encher outro, Rony?
_ Por que você não vai dormir na sua cama, Harry? Pelo menos é mais confortável. – o ruivo agora gargalhava.
_ Você está muito alegre para quem teve que aturar uma reunião tão demorada, não é? – imediatamente Rony e Hermione se entreolharam e deram sorrisos amarelos.
_ Isso ṇo ̩ da sua conta. Рrespondeu Rony.
_ Pronto, acabei. – Gina exclamou enquanto enrolava o pergaminho com o trabalho que tinha terminado e juntando aos outros.
_ Que bom. Agora ̩ a minha vez. РHarry puxou-a para seu colo.
_ Só um pouquinho. Eu estou realmente cansada.
_ Mas, Gi…
_ Amanhã eu prometo que fico a tarde inteira com você, está bem? – ela falou encostando o nariz no do namorado.
_ Poxa eu fiquei esperando esse tempo todo você terminar, para nada?
_ Nada ṇo. Voc̻ vai estudar um pouco comigo agora. Рela sorria marota.
_ É? Estudar o quê?
_ Línguas.
No instante seguinte eles começaram um longo beijo, esquecidos do mundo, de Colin que ainda tentava achar Saturno em seu mapa e de Rony e Hermione que se despediam antes de rumarem cada um para seu dormitório. O único pensamento que ainda permanecia na mente de Harry era o que lhe dizia que aquelas semanas iriam ser difíceis, muito difíceis.

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