quinta-feira, 25 de outubro de 2012

13. Suspeitas



A semana começou com novidades. Como Lupin também iria ficar na casa da praia, ficou responsável por ajudar Harry e os outros no treinamento de feitiços e ataque. Seriam aulas particulares de Defesa Contra as Artes das Trevas, inclusive iriam utilizar os livros que McGonagall dera a Harry e que Hermione já estava devorando. Já que faltavam ainda alguns dias para o aniversário de Harry e Neville e Gina e Luna ainda iam fazer dezesseis anos, somente Rony e Hermione iam realmente treinar, naqueles primeiros dias, os outros iriam apenas observar e aprimorar a parte teórica.
Ninguém conseguiu conter uma exclamação de surpresa ao ver o local de treinamento.
_ Como vocês conseguiram arrumar o porão desse jeito? – perguntou Hermione ao ex-professor.
_ Isso tudo já estava assim. Era dos pais de Neville. – respondeu Lupin, apontando o garoto que também olhava em volta, incrédulo. – Provavelmente era aqui que treinavam.
O porão era realmente incrível. Mesmo sem janelas era bem iluminado, uma das paredes tinha uma grande estante com diversos livros e outros objetos úteis para treinamento em combate, e perto desta alguns sofás e almofadões.
Primeiro Lupin verificou o que os jovens sabiam sobre duelos, o que devido à AD era bastante, depois foi até a estante e após procurar um pouco tirou de lá dois livros de feitiços, marcou algumas páginas e entregou-os a Luna e Gina, junto com duas varinhas especiais para treinamento que também estavam junto com outros materiais. As varinhas de treinamento eram úteis porque indicavam se o movimento estava de acordo com o feitiço usado, mas como não o fazia de fato, era ideal para elas por serem menores e por isso mesmo, impedidas de fazer magia fora da escola. Neville e Harry iriam observar o duelo entre Rony e Hermione e depois teriam que apontar erros e acertos que tivessem percebido, fazendo suas críticas.
Remus preferiu começar com os feitiços não-verbais, pois eram mais eficazes num combate. Rony que não tinha conseguido grandes avanços neste tipo de feitiço durante as aulas de Snape, no último ano, após algumas orientações de Lupin demonstrou que o que realmente atrapalhava a sua performance era o professor. No final do primeiro dia já estava travando um belo duelo silencioso com Hermione, que apesar de saber esse tipo de feitiço a mais tempo, não tinha a mesma agilidade do namorado num duelo e passou a maior parte do tempo se protegendo, até que ele conseguiu desarmá-la, acabando com a disputa.
Lupin reuniu todos e começou a avaliação com as observações de Harry e Neville.
_ Bom… foi difícil de avaliar, sem saber que feitiços estavam usando… – disse Neville com sua costumeira timidez. -… mas parecia que alguma coisa estava atrapalhando a luta…
_ Também achei. – disse Harry. – O Rony parecia travado e você, Mione, nem de longe mostrou a habilidade que eu vi na AD.
_ Ótimo. Vocês conseguiram realmente captar o duelo. – o professor falava com os dois garotos. – E vocês… – virou-se para os silenciosos duelistas. -… para um primeiro dia, foi bom. Mas eu espero que, da próxima vez, procurem lançar feitiços mais fortes do que “protegos” e “expeliarmus”. – os dois jovens olharam-no espantados.
_ Eu.. bem… não queria machucá-la… mas como você… sabia?
_ Eu também não queria machucá-lo. – disse Hermione baixo, concordando. – Então não sabia como agir.
_ Vocês estão se preparando para lutar com Comensais, não com amigos, ou namorados. Eles não estarão preocupados se vocês sentirão alguma dor, muito pelo contrário. E eles conseguirão usar a legilimência em vocês com muita facilidade, assim como eu consegui. Portanto, vou incluir aulas de oclumência para todos.
Depois Lupin verificou que Gina e Luna tinham realmente aprendido os feitiços que mandara, com a recomendação de treinarem durante a semana para fazerem sem auxilio na última aula da semana. Quando todos já tinham se trocado para poderem almoçar e já se encaminhavam para a cozinha, Gui se aproximou e pediu para conversar com o professor a sós no escritório.
_ O que será que eles tanto conversam? – perguntou Gina para o namorado durante o almoço, já que o irmão e o maroto ainda não tinham retornado.
_ Não sei, não deve ser nada demais, devem ser assuntos da Ordem. – respondeu Harry baixinho.
_ Acho que não, senão eles falariam na frente de todos. Eu vou tentar descobrir. – a ruiva parou de falar no momento que os dois homens entravam na sala de jantar com expressões sérias.
——–
Logo que terminaram a refeição, Harry e Gina estavam indo junto com os outros para o quintal, mas foram interrompidos por Gui.
_ Harry, você poderia me emprestar a Edwiges?
_ Claro. – viu a namorada lançar um olhar que dizia para ele aproveitar aquela oportunidade. – Algum problema? Comensais?
_ Não. – enquanto Gui falava suas orelhas ganhava um tom bastante rubro. – Eu tenho que mandar uma mensagem urgente para o Carlinhos e Pichí não iria conseguir chegar até lá.
_ Tudo bem. Eu vou pegá-la. Só um instante. – foi até seu quarto e rapidamente desceu com a coruja no ombro.
_ Obrigado, Harry.
O rapaz seguiu junto com Gina para encontrar os amigos, mas antes que pudessem alcançá-los a ruiva parou e falou.
_ Realmente aí tem coisa.
_ Por quê?
_ O Gui estava mentindo que eu sei.
_ Se você diz…
_ Só tem um jeito da gente descobrir. Ouvir o que ele e Lupin conversam.
_ É, só assim vamos saber o que é. – ele concordou.
Já começavam a andar, quando ela parou novamente e lançou-lhe um olhar de anjo que na verdade não convencia ninguém.
_ Posso te pedir uma coisa? – falou com um sorriso.
_ O que ̩? Рele abra̤ou-a.
_ Essa “investigação” pode ser uma coisa só nossa? – indagou enquanto enlaçava-o pelo pescoço e olhava diretamente dentro dos olhos esmeralda. – Não vamos contar nada pra ninguém. Pelo menos por agora…
_ Tá bom. – ele ria. – Você realmente sabe como conseguir qualquer coisa, não é? – puxou-a ainda mais para si. – Mas dependendo do que descobrirmos, nós contamos.
_ OK. – ela beijou-o rapidamente e desvencilhando-se dele, começou a correr pela praia gritando. – Será que você é tão rápido a pé quanto em cima de uma vassoura? Vem me pegar!
_ Ginevra Weasley. Você vai ver.
Logo Harry estava correndo pela praia, atrás da namorada, como duas crianças, enquanto os amigos riam, divertidos com a cena.
—–
Nos dias que se seguiram, uma gostosa rotina se impôs na casa. Os jovens passavam uma parte do dia no treinamento, depois iam à praia, ou apenas aproveitavam o dia descansando ou namorando. Tonks e Arthur iam cedo para o Ministério e Molly e Augusta passavam o dia supervisionando o trabalho dos elfos, ou apenas costurando, bordando ou ouvindo música.
Como Gui e Fleur se juntaram a eles no treinamento, Lupin separou os casais para duelarem, o que resultou em duelos muito mais interessantes na opinião de Harry, já que todos seguiram a ordem de não se preocuparem com ferimentos (Nós temos um bom estoque de poções da Madame Pomfrey). No meio da semana, Fleur levou a manhã inteira para vencer Hermione e no final estava tão cansada que parecia até que tinha perdido, e como a francesa era realmente muito boa em feitiços não-verbais, Hermione ficou satisfeita de ter conseguido resistir durante tanto tempo.
Na quinta todos se acomodaram nos almofadões e sofás para assistir ao treino, pois todos queriam ver como seria o duelo dos irmãos Weasley, que a cada dia se tornava mais interessante. Na primeira vez que treinaram juntos, Gui vencera com certa facilidade, mas depois Rony começou a dar trabalho e Gui somente conseguia vencer após algum descuido do irmão, que se distraia, principalmente ao ouvir alguma exclamação de Hermione.
Dessa vez, Rony se mostrava cada vez mais preparado para o combate e conseguia se desviar e proteger dos ataques do irmão facilmente, até que Gui o acertou com um “rictusempra”, mas apesar da grande dor que o feitiço provocou em seu peito, Rony resistiu e conseguiu atingir o irmão com um “estupefaça”.
No momento em que percebeu que o namorado havia ganhado o “duelo dos Weasley”, Hermione não se conteve e pulou em seu pescoço, derrubando-o, enquanto todos os demais vinham parabenizá-lo e Lupin reanimava Gui com um “enervate”,
_ Ui. Calma, Mione. Eu t̫ bem. РRony falava em meio aos beijos da garota.
_ Foi excelente, Ron. Рela parabenizava, enquanto Remus entregava aos dois rapazes copos de po̤̣o revigorante.
_ Tomem tudo, vocês vão se sentir melhor. – Parabéns aos dois. Ótimo duelo.
_ Quem diria, hein. Meu irmãozinho me derrotando. – Gui chegou perto de Rony e o abraçou. – Parabéns, cara. Mas da próxima vez se prepare que vai ter volta.
_ Vai sonhando. РOs dois irṃos ainda riam quando subiram para se trocarem.
——-
Já estava anoitecendo e todos estavam na sala, ainda conversando sobre a vitória de Rony e esperando pelo jantar, quando Edwiges entrou de repente e estendeu uma carta para Gui, antes de ir bicar a orelha de Harry, que tentava mais uma vez vencer Rony no xadrez.
_ Calma, garota. – Harry tentava fazer com que a coruja parasse de mordê-lo. – Vamos, eu vou te dar um pouco de água e comida.
Antes que subisse as escadas, Harry ouviu Gina sussurrando para que aproveitassem a oportunidade. Rapidamente colocou água e comida na gaiola e pegou sua capa. Quando desceu, já invisível, encontrou a namorada, no pé da escada, esperando por ele. Chegou bem perto e disse baixinho junto ao seu ouvido:
_ Esperando por mim? – sentiu quando a ruiva se arrepiou.
_ Gui foi para o escritório e chamou o Lupin. -ela falava muito baixo. – Eu vou na frente e quando chegarmos na parede, você me esconde.
O garoto a seguiu e assim que não puderam mais ser vistos por ninguém na sala, ele jogou a capa por cima dela. Andaram colados, atiçando o monstro dentro de Harry, até a porta do escritório, que graças a Merlin estava apenas encostada, facilitando para que eles escutassem a conversa.
_ Enṭo Carlinhos conseguiu falar com ele? Рouviram a pergunta ansiosa de Lupin.
_ Depois que o reconheceu, ele foi lá falar com ele, mas a distância atrapalha.
_ Mas ele conseguiu se lembrar de alguma coisa?
_ Depois que Carlinhos mostrou aquela foto, parece que ele lembrou sim.
_ Ele deve estar deixando todo mundo doido, querendo sair de lá. – podiam perceber os risos de alívio.
_ Está mesmo. Carlinhos disse que eles devem vir mês que vem.
_ Isso é ótimo! É melhor nós voltarmos pra sala, senão alguém pode desconfiar.
_ Lupin, não seria melhor contar pra ele?
Antes que pudessem ouvir a resposta, o som dos passos indicando que estavam saindo, fez com que Harry e Gina se afastassem rapidamente da porta e entrassem no cômodo ao lado: a biblioteca. Fecharam a porta com cuidado para que não percebessem e só depois que acharam que Gui e Lupin já tinham tido tempo suficiente para chegarem à sala, despiram a capa se tornando visíveis.
_ Eu ṇo acredito. Рa ruiva falava decepcionada. РNa primeira vez que vamos investigar alguma coisa juntos, ṇo tem nenhum mist̩rio.
_ A carta era realmente de Carlinhos. Рo moreno riu da cara da namorada. РMas tem um mist̩rio sim. Sobre quem eles estavam falando?
_ E pra quem Gui achava melhor contar? – os olhos castanhos brilharam.
_ É, acho que vamos ter que continuar a investigar.
_ S̩rio? Рindagou incr̩dula.
_ Claro! Qualquer coisa para ficar com você embaixo daquela capa novamente. – Harry sorriu e puxou-a para o sofá.
_ Harry! – ela corou imediatamente.
No momento seguinte já estavam deitados no sofá, namorando, e sequer lembravam da existência de uma carta misteriosa. Havia se passado cerca de meia hora, durante a qual o monstro dentro de Harry urrava de felicidade pelos beijos trocados e pelo passeio as mãos do rapaz pelo corpo de Gina, quando escutaram leves batidas na porta e a voz de Hermione do lado de fora da porta.
_ Não, Rony, vai lá você. Eu vou só ver se esqueci o livro aqui. – novas batidas e um sussurro. – Posso entrar? – o casal se separou ainda ofegante.
_ Po… pode. – a ruiva respondeu enquanto Harry procurava seus óculos, que ele nem percebera que havia perdido.
_ Vocês enlouqueceram? – Hermione falou baixo depois que entrou e fechou a porta. – Tá todo mundo querendo saber onde vocês estão. O Rony tá desconfiado e eu tive que inventar que vi você indo sozinho lá pra praia. – apontou para Harry, que olhou para a amiga com um sorriso amarelo.
_ Valeu.
_ Como voc̻ sabia que a gente estava aqui? РGina perguntou.
_ Por Merlin! Só se eu fosse cega! – falou exasperada. – Eu vi você conversando “sozinha” perto da escada e depois vindo pra cá. – a morena olhou para os amigos e falou mais calma. – Vamos logo que o jantar já vai ser servido. – conteve um sorriso maroto e continuou. – Harry, seus óculos estão caídos perto da poltrona, e Gina… er… bem… sua camiseta ainda está embolada.
O casal corou e Harry, depois de finalmente achar e colocar seus óculos, cobriu-se com a capa da invisibilidade e saiu pela janela que dava para o quintal, para que todos pensassem realmente que ele estivera na praia. As garotas saíram da biblioteca e foram se juntar aos outros para o jantar. Já estavam todos sentados quando Harry entrou calmamente e sentou-se ao lado de Gina, dando-lhe um selinho.
_ Onde voc̻ estava, cara? Рperguntou Rony com o mesmo olhar de quando estava para dar um xeque-mate.
_ Eu estava na praia. – Harry tinha certeza que devia estar escrito “mentiroso” na sua testa.
_ Então como foi que eu não te vi lá, quando procurei? – o ruivo arqueou a sobrancelha.
_ Eu… achei que era mais seguro usar a capa de invisibilidade… – sentiu quando Gina apertou sua mão.
Estava ficando cada vez mais difícil convencer o amigo e Harry agradeceu quando os elfos colocaram o jantar sobre a mesa e a senhora Longbotton iniciou o jantar, pois apesar de Rony estar falando baixo, ele percebeu que Gui começara a prestar atenção em suas respostas Gina que também estava preocupada com o rumo da conversa, procurou logo mudar de assunto.
_ Ansioso pelo seu aniversário amanhã, Neville? – o rapaz sorriu levemente.
_ Mais ou menos. Eu ṇo costumo comemorar. Рmais uma coisa em comum, pensou Harry.
_ É. Mas este ano faremos uma pequena comemoração, já que temos convidados. Assim poderemos comemorar sua maioridade como se deve. – a avó de Neville mostrava a cada dia, o quanto estava satisfeita com o neto.
—–
O resto do jantar foi dividido por conversas sobre os aniversários de Neville e Harry e o excelente treinamento de Rony, o que de certa forma impediu que o ruivo continuasse interrogando o amigo.
Depois que todos haviam terminado a sobremesa, o senhor Weasley informou a todos que recebera, pela manhã, uma mensagem de McGonagall, informando que haviam conseguido destruir o medalhão. O professor Flitwick e Moody verificaram que não haviam feitiços especiais no objeto, apenas um que o tornava praticamente inquebrável. Contudo obtiveram uma “grande” ajuda de Hagrid para fazê-lo: Grope. Por ser praticamente imune a feitiços, e extremamente forte, o gigante conseguira quebrar ao meio o medalhão e assim acabar com mais uma horcrux de Voldemort. Ainda bem que o aniversário de Neville era no dia seguinte, pois todos concordavam que tinham bons motivos para comemorar.

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